sábado, 8 de maio de 2010

Francamente

Era uma segunda feira , já tinha completado 7 anos . Num orfanato no norte de Seattle, acordara aos prantos como sempre. Havia um ar pesado dentro do quarto, podia ver cores saído de suas colegas de quarto.Tinham formas e produziam sons diferentes.
Nas pontas dos pés , saiu do quarto, vendo-se fora do quarto , começou a correr, em direcção ao quarto central.Ao abrir a porta , foi cegada pelas luzes e cores , cores vivas , que vinham como flash's em sua direcção . Tonta , Sofie tentou apoiar-se nas camas. Porem já era tarde, já não sentia suas pernas , lembrava-se apenas de bater com muita força no chão e de ficar na escuridão .Pela segunda vez tudo que podia ver era nada , e contar seu coração.
Mas desta vez o som era frenético, regular , acelerado, ardia.
Quando acordou , estava na enfermaria . Desgovernada , arrancou as agulhas do pulso , tirou a atadura da cabeça e e saiu daquele lugar . Cheirava hospital , lavanda e álcool, Sofie adorava esse cheiro , gostava da enfermaria, mas quando ela era a paciente o lugar não parecia tão bom assim .
Saindo pela porta viu-se na sala de estar , enrugando a testa tentou imaginar como ela tinha ido parar ali , a enfermaria ficava no outro lado do prédio. Fechou os olhos e pensou em estar no seu quarto e quando os abriu estava de pé na porta do quarto,virou-se para o corredor e imaginou estar na sal de jantar , onde ocorria a visita dos futuros pais , quando viu surgiu no colo da directora.
Todos a encararam , e ela só conseguiu dizer , por extinto:
- Vocês não viram nada , certo?!
- Sim nós não vimos nada - disseram todos em coro, e voltaram a agir como se nada tivesse acontecido.
Estranhamente Sofie não se assustou com aquilo , parecia que já sabia o que fazer a muito tempo. Sabia claramente o que tinha acontecido , de certa forma uma hipnose , sim ela podia fazer isso . Saltitando foi até a porta do salão pronta para sair dali , até que
- Hey , garotinha , como é seu nome ??- disse um rapaz
Sofie se virou lentamente
- Sofie senhor
- Para que tanta formalidade, quantos anos tem ?
- Sete , senhor
- Gostaria de ganhar um irmão mais velho ??
- Gostaria sim.
- Parabéns hoje é seu dia de sorte !!
Os olhos de Sofie se encheram de lágrimas , mas eram lágrimas de alegria, pela primeira vez em anos sentia-se feliz.
O nome dele era Tomas , tinha 30 anos e era viúvo. Um psiquiatra de respeito , alto e muito atraente . A primeira coisa que disse para Sofie foi que não precisava chama-lo de pai , ele não poderia substituir o seu pai ,mas sim que ela o considerasse um irmão mais velho, isso ele poderia ser . Sofie adorou.
Assinado os papeis foram embora , na porta de saída do hospital haviam duas luzes azuis , ela sabia quem eram , eram seus pais , e eles estavam felizes , sorrindo , satisfeitos, e desapareceram. Sofie sabia a partir dali que não os veria mais , ele já tinham partido , cumprido a sua missão, mas para ela seriam sempre seus pais , independente onde estivessem .Para Sofie já bastava .

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