quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lagrimas de sangue

Abraçava a sacolinha cada vez mais forte , afrouxando o braço para analisar a caixa marrom perfeitamente desenhada no couro. Presa naquele momento que mal ela entendia , não teve ouvidos para perceber que Tom havia acordado. Quando deu por si , Tomas já estava na porta , torcendo a fechadura do seu quarto. Sofie só pode sentir o corpo deixando a cama e o óculos , e de cair em algo húmido e gelado
Levantou-se rapidamente , batendo as mãos na roupa , tentando se secar. Olhou em volta , para identifica o local.Girava em torno de si mesma , analisando a grama alta , e um velho carvalho . Nos seus pés , um monte de galhos secos , que caiam da árvore com frequência. O lugar tinha um ar pesado e sombrio , o vento batia em seu cabelo , fazendo-a tremer . O ar húmido e cheiro de flore mortas a deixavam consolada , leve , apesar do ar rarefeito .A garoa cobria seu cabelo longo , agora sem o capuz , fazendo um véu transparente.
Deu seu primeiro passo para fora do monte de galhos . Foi em direcção de um banco branco e precariamente encostado no carvalho. Foi até ele e sentou-se , ao olhar para baixo , sem surpresas , descobriu onde estava.
Na lapide baixa e coberta de um pigmento verde, mas ainda era possível ver algumas letras apagadas.
O lugar não a assustava , ela tinha medo realmente era dos vivos, os mortos não a incomodavam. Apertava os olhos tentando enxergar a escritura. Com uma folha , limpou o musgo , conseguindo ver alguma coisa:

"Nara W. - dos seus filhos saudades"

-Mais alguém como eu, como se isso me fizesse sentir melhor ...- disse dando um sorriso debochado
-Minha mãe - disse uma voz - Nara Wood.
Sofie virou-se para o lado e viu Joe , o sentimento foi de carência , compaixão ,se sentiu feliz por vê-lo , mas a compreensão que tinha sobre não ter uma mãe substituiu , qualquer felicidade . Aquele homem que ela estava vendo agora , não era o mesmo que conhecera , ele estava triste , como ela , isso era compreencivel.
- Sua mãe ?! - perguntou do jeito mais doce possível .
-Sim , minha mãe. -sentou-se ao lado dela - Sinto falta dela , isso é muito idiota??
- Claro que não é idiota , também sinto falta dos meus pais , é comum sentir falta de quem amamos! - levou as mãos às dele , e encostou a cabeça em seu ombro.
Sentiu uma lágrima cair do rosto de Joe, escorrendo para o seu , ali percebeu , se se sente falta de quem se ama , porque ela sentira falta dele sem ao menos saber se ele era real ?Porque?

.......

Algum tempo se passou daquele momento, Joe levantou-se , puxando-a pelas mãos , ela mal sentia suas mão , eram leves e delicadas.
- Vamos sair deste lugar - disse Joe , Sofie não precisou dizer nada , já estava andando .
Algo então ardeu em sua garganta , o beijo , já havia esquecido. Era como se houvesse fogo em sua língua . Não pode evitar uma careta . Joe percebeu.
-O que acontece Sue? - Sue seria um apelido legal , pensou Sofie
- O que ?? Ah, nada não, só estava lembrando de umas coisas que ... não importa.
- Importa sim , o que foi? - tinha autoridade nos olhos , mas doçura na voz.
- É apenas um cara que eu conheci hoje, ele foi um pouco grosso , só isso.- ela não queria falar sobre isso agora, ele percebeu , mas ela se sentia obrigada a falar - Um tal de Kevin...
Não teve tempo de terminar a frase .
- Entendi, você já conheceu meu querido irmão. O que ele aprontou desta vez?
- Nada ...- ela precisava contar - ele me beijou . - fez uma careta como se fosse receber uma bronca. Mas ela não veio
- Ele tem o péssimo habito de fazer isso com as pessoas , por uma acaso você sentiu algo a dominado ??
Era sobre isso que eu ia perguntar , ele tem algum poder sobre as pessoas , pude sentir.
- Acho que terei que esclarecer algumas coisas ...- ele foi interrompido por palmas , Kevin estava ali.
- Que romântico o casal, esclarecer o que meu irmão?
- Por enquanto , nada .
- Você sempre rouba o que me pertence maninho- disse Kevin com raiva na voz
- Ela não lhe pertence.Não pertence a ninguém. Ela não é um troféu.
- Não ela não é um troféu, ela é melhor , e muito mais talentosa do que isso , seria uma otima parceira.
- Mas do que vocês estão falando??- Disse Sofie , quase gritando.
Os dois pararam e olharam para ela .
- Desculpe-nos, vamos explicar tudo...
- Cale a boca Joe , você esta no século 21 , seja mais directo.
- Mas poxa vida , do que vocês estão falando ??
- É que nos somos uma espécie de - tentou explicar educadamente mas foi interrompido por Kevin.
- Somos monstros , é isso que somos.
- Não é bem assim
- Conte para ela , conte logo , vamos , esclareça as coisas , vamos - exigia Kevin
- Tudo bem , não sabemos como aconteceu , e nem se existem mais de nos por ai.
- Lógico que existe , você esta olhando para ela .
- Não me interrompa, vou contar a historia , mas vamos sair daqui primeiro.
Foram para o carro de Joe, em direcção à praia . Estava deserta e fria . Sóbria.

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