quarta-feira, 1 de junho de 2011

Profecia (dedicado à Raphaella, a minha pequena grande escritora que me proporciona momentos de inspiração incríveis!)

Sofie corria pelas trilhas, Alisha praticamente andava atrás dela. O único som do jardim eram os passos apressados das duas e a musica que vinha da festa. Mas de repente os passos atrás dela sessarm. Sofie parou estatizada. Virou-se lentamente e deparou-se com um grande tigre branco. Seus olhos azuis pareciam perfurar os de Sofie. Não houve mais saída. Sofie se tele transportou.
Quando abriu os olhos estava no outro lado do labirinto que havia se tornado o jardim. Ainda estava em perigo. O silencio pairava sobre seus pés e aguçava seus sentidos. Seus pensamentos estavam divididos em três. Uma parte pensava em como sair dali sem que ninguém sentisse sua falta, ela tinha certeza que Alisha não a deixaria voltar para o salão, não viva. Não podia simplesmente sumir, muito menos ir pela saída da frente, quem dera pela dos fundos. Outra parte estava dedicada a descobrir o que Alisha era e o que ela quis dizer com "a sétima chave foi revelada" , e de que tipo de caçada ela estava falando? O que seriam as seis chaves restantes.

Porem, outra parte de sua mente estava observando tudo em volta, silencio. Maldito silencio. O fino nevoeiro que pairava sobre seus pés, revelava a presença de alguém nas redondezas. Encostou-se em uma árvore e passou os cuidadosos olhos pelo perímetro.
- Luci... - disse olhando para a sombra que começava a se formar na sua frente.
-Olá Sofie.
Sofie respirou fundo. A garota era mais assombrosa do que parecia. Sofie tomou coragem para iniciar uma conversa mas algo a interrompeu.
Brian saiu de dentre as árvores e invadiu o corpo do fantasma de Luci , que se desmanchou no ar como fumaça. Sue estava com o coração descompassado por causa do susto.
- Esta tudo bem ?
-A-Acho que sim.
-Como você veio parar aqui?
- Bom ... Nem eu sei - disse sorrindo
Ele deu alguns passos, aproximando-se. Quando seu rosto ficou à mostra Sofie pode ver.
- O que aconteceu com o seu cabelo - desse ela num tom mais fofo do que deveria, cruzando os braços por caus do frio.
-Resolvi dar uma mudada- ele sorriu, foi quase que uma cantada - cabelo comprido demais estava dando muito trabalho. - ele parou por um segundo e olhou-a - você deve estar com frio.
Disse isso tirando o terno e colocando sobre os ombros de Sofie.
-Vamos entrar
- Acho melhor não. Não estou muito bem, acho que já vou para casa
- Mas não são nem oito da noite.
-Pois é. - disse respirando lentamente - Acho que nem deveria ter vindo. - tirou o terno dos ombros de devolveu-o. - Até mais Brian. Avise sua irmã que devolvo o vestido amanhã. Muito obrigada por tudo - falou virando-se.
-Sofie - ela voltou-se para fita-lo - você estava linda hoje.
- Obrigada - graças às luzes fracas, Brian não pode ver Sofie corando de leve. Ela virou-se e desapareceu dentre as árvores.
***
Fechou os olhos e quando abriu-os estava dentro do carro. Tinha que sair dali o mais rápido possível. Mas andes de colocar a chaves no painel ela olhou uma ultima vez para as janelas da mansão. De uma delas se via a imagem de Silan, seu professor de Inglês, A aura negra estava com ele. Mas dessa vez seu rosto dizia outra coisa. Era uma suplica. Um grito silencioso de agonia e um pedido atormentado de ajuda. Ele quase que implorava por ajuda.
Em menos de cinco minutos Sofie estava na estrada principal em direção ao hospital de Tom. Deixaria o carro lá e iria sozinha dali. Precisava descansar.

***

Antes de ir para casa, Sofie foi até a praia. Sentou-se à beira de um pequeno pier de madeira, que entrava pelo menos vinte metros ondas a dentro. Com certeza alguém que pulasse ali na maré alta não escaparia tão fácil.
 Quando deu por si, estava apoiada apenas por um pé na frágil madeira, e não demorou muito para sentir a água fria e salgada do mar cortar-lhe a pele. As ondas eram fortes e violentas, não havia como  lutar contra elas. Mas, elas de repente pararam. Sofie mexeu-se e as ondas continuaram paradas, como se por um minuto o tempo parasse para observa-la.
Ela nadou até a margem e continuou andando até as ruas que cortavam a cidade. Tudo estava parado. Como se fosse algum tipo de pegadinha , ou uma brincadeira. Sofie não sabia como tinha feito aquilo, muito menos como ia desfazer.
Em pouco tempo viu-se em frente à sua casa. Olhou para traz e as coisa começaram a se mover na mesma velocidade que se moviam antes.
Como de costume, Sofie afundou-se nas cobertas e caiu em sono profundo. Profundo demais.
***
Ela abriu os olhos e estava em uma sala pequena. As paredes eram brancas e não havia nenhum lugar de onde pudesse entra ar ou qualquer luminosidade. O ar era rarefeito e sufocante. A sala estava vazia. Exeto por um pequeno livro, num dos cantos. Ela levantou-se com cuidado e chegou perto do livro.
Sentiu o chão tremer sob seus pés. Tentou se apoiar nas paredes, mas como se fosse algo gelatinoso, elas apenas se moldaram ao seu braço. Sofie o tirou rapidamente de lá. Esperimentou tocar com as pontas dos dedos nas paredes. Elas se moveram em pequenas ondas ao sentirem seu toque. Porem as ondas ficaram mais violentas e começaram a se espalhar. A sala começou a ficar relativamente menor, deixando o ar mais escasso. Ela tentava engolir saliva e livrar a garganta seca.
Olhou para trás e deparou-se com Luci, ela ria descontroladamente. Debochando, gabando-se.
- Ele é meu queridinha
-Do que você esta falando?
-Você realmente acredita em Kevin? Desculpa , mas é tudo mentira. - ela desviou o olhar por um segundo - Joe me amava, ele sempre me dizia isso. Tudo que você sabe é mentira. - ela começou a se aproximar , até poder tocar com as pontas dos seus dedos gélidos o rosto de Sofie - mas se você vier comigo, posso lhe mostrar.
-Não - disse isso relutante - Pare com isso - empurrava as paredes que agora a sufocavam - por favor pare!!
Como se por impulso Sofie abaixou-se a apanhou o pequeno livro. Sua capa era de cor preta com pequenas letras douradas. Ela abriu-o e dele saiu um clarão, cegando-a e a levando daquela sala.
***
Ela estava de pé à frente do espelho. Estava extremamente linda. Seus olhos estavam claros e pareciam queimar.
A sala à suas costas era muito bem decorada, e a luz do sol adrentava as janelas como numa manhã de sábado ensolarada. Respirou fundo, sentindo o ar leve e o cheiro de orvalho que vinha de fora trazido pela brisa.
Ela estava totalmente acordada, não sentia vontade de voltar para a cama, nem de ir à cozinha preparar o café. Estava feliz naquele momento.
Fechou os olhos por um instante e pode sentir uma mão encostando em seu ombro, riu baixinho e ergueu o olhar. Mas não esperava pelo que viu.
Uma sombra densa estava-a envolvendo, já era tarde. Sofie podia sentir os sussurros.
- Você não conseguirá fazer isso sozinha, não se iluda criança. Você é a chave que faltava.
- Do que você esta falando? Não se de chave nenhuma.
- Não , mas logo saberá, aguarde os visitantes. Cuidado, guarde minhas palavras.
A sombra quase que gentilmente, passou o braço por cima do ombro de Sofie, e quando alcançou o espelho escreveu com as garras, fazendo um barulho irritante.
"Eles te guardam pela luz,
Eles desejam-te pelas trevas,
Os renascidos retornam ao seu posto
Vida, Mente, Corpo, Som, Sombras, Luz e Morte
As chaves serão recolocadas
E a guerra se iniciará"
***
Sofie acordou com as mãos tremulas, ainda não havia amanhecido. Saiu da cama, acendeu a luz e foi ate o espelho. Com as pupilas dilatadas pode ler, escrito com batom, o seu batom. As mesmas palavras proferidas pela sombra. Averiguou se não era mais um sonho, mas não, aquilo era real.
- Merda - disse baixo, mas sua vontade era de gritar.

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