sábado, 23 de julho de 2011

Luz

- Bom acho que vocês entenderão melhor conhecendo a minha historia.
" Eu tinha apenas 4 anos quando minha família foi  brutalmente assassinada. Era ano se 1850, todos foram mortos, inclusive eu. Era uma tarde de segunda feira, minha mãe acabara de voltar da colheita e estava preparando o jantar. Estávamos todos lá, meus pais estavam felizes pois minha irmã mais velha acabara de se casar com um rapaz da cidade. O que trouxe muitas esperanças novas à minha família, uma vida melhor nos aguardava. Longe daquela fazenda tudo seria mais fácil. Mas não tivemos a chance de contestar isso."
"A minha passagem foi interessante, por mais estranho que pareça, tudo se passou na velha estação de trem. A qual por sinal não deveria ser chamada de estação, era apenas uma plataforma de concreto, equipada com dois pequenos toldos furados, deveria ter o tamanho dessa sala. Lembro que era noite, meus pais me chamavam para dentro do trem que anunciava a partida. Mas eu, fui estúpido e quis ficar olhando as estrelas por um tempo. Estavam estranhamente bonitas aquela noite. No fim, meus pais se foram."
"Só depois que eles já haviam partido percebi as marcas de tiro nas minhas roupas, e o sangue que havia se espalhado pelo meu corpo. Aquilo não doía. Sentei na perto dos trilhos e esperei o  próximo trem. Como podem ver , ele não chegou."
"Acordei alguns dias depois na minha cozinha, os corpos dos meus familiares ainda jaziam sobre a mesa. Meus ferimentos haviam sumido, e quando olhei no espelho, eu já não tinha a mesma forma. Foi então que descobri o que eu era."
- Sinto muito -  disse Joe, ele entendia o que o homem havia passado
- Não sinta, eu estou feliz, ou pelo menos eu finjo bem. Sabe - ele se dirigiu ao espelho próximo à entrada da cozinha - todas as manhãs eu acordo e penso"o que eu vou ser hoje?", eu posso escolher ser um menino de rua com a sua bola, ou ser uma velhinha de óculos indo fazer compras na feira, e alem disso eu posso me curar com facilidade, não existem cicatrizes daqueles tiros. Mas toda, toda vez que eu vejo meu reflexo, a única pessoa que eu queria ser era aquele menino na estação de trem. Se eu pudesse voltar... eu teria partido  com as pessoas que eu amava. Porque faz mais de 150 anos que eu assisto mais e mais pessoas morrendo,  eu permaneço, apenas para contar as historias do que poderia ter sido.
- É estranho pensar desse jeito, não seria melhor seguir em frente?
- Para onde você espera que eu vá? Para o inferno? Eu já estou nele. - ele tinha sofrimento na voz - Bem, vamos continuar.
"Os anos foram passando e eu fui descobrindo mais dons. Além de poder me transformar em qualquer pessoa e poder me curar, comecei a voltar alguns minutos no tempo, conseguia controlar a energia eletrica, fazia as pessoas sentirem dor  e falava  com fantasmas. Foi assim que conheci Luci. Ela me contou sobre Sofie."
- O que exatamente ela te disse?
- Na primeira vez, ela me perguntou como mata-la, como fazê-la sofrer. Na segunda vez ela estava preocupada e muito assustada.
- O que pode assustar um fantasma? - perguntou com uma ironia exagerada nos lábios.
- Quase nada. Ela me contou sobre seu novo professor de inglês Joe.
- O professor Silan? O que ele tem a ver com a historia?
- Ele, nada. Mas os sobrinhos deles. Quase tudo. O fato é que nem todos os renascidos são legais e amigáveis. Alguns são insaciáveis. E quando estamos falando dos escolhidos, temos que tomar muito cuidado.
- Como o que?
- Bom, há alguns anos, tive a chance de conhecer Maya. Ela é o que chamamos de renascida das sombras. Como eu sou um filho da Luz fiquei curioso e fui averiguar. E vou avisando, ela não é boa pessoa.
- Como ela pode nos atingir?
- Simples,  ela consegue induzir as pessoas a fazerem coisas horríveis e só os mortos podem vê-la. Ela vaga pelos lugares em forma de sombra, algo maligno que pode perturbar os mais corajosos. Fiquei sabendo que Sofie desmaiou em sala não foi ?
- Sim, mas...
- Mas??
- Ela costuma fazer isso.
- Desde quando?
-Desde que nós contamos o que ela era. - disse Kevin baixinho, a ironia da sua voz havia sumido, agora só havia um ar tenso pairando sobre a sala .
- Detesto dizer, mas a essa hora, um bom numero de renascidos já deve estar em sua cidade atrás de Sofie.
- O que? Deixa eu entender uma coisa. Tudo bem ela ser uma das escolhidas, ser especial e tal. Mas porque estão atrás dela? Porque não atrás de você? Ou dessa Maya? E o que são os sobrinhos de Silan? Eles são...
- Escolhidos? Sim eles são dois escolhidos, mais exatamente Corpo e Mente. Irónico não?! -ele sentou-se e tomou mais um gole do chá.
- Mas quanto à Sofie?
- Bom, ela é bem jovem, carne nova. - ele riu baixinho - Pelo menos foi o que eu pensei no começo. Até que refiz as contas. Fora  o som, todos têm um oposto. Luz e sombra, corpo e mente, vida e ...
- Morte...- disse Joe baixinho, num som quase inalditivel.
- Exato, morte. É por isso que a querem, ela domina  sobre todos os outros. A morte pode acabar com o fogo, com a agua, com o ar e com a terra. O equilíbrio será quebrado se a Morte perecer.
- Preciso ligar para ela agora. - disse Joe pegando o celular e discando o numero.
- Acho que não precisa...
Uma toque idêntico ao de Sofie tocou dentro da cozinha, e de lá, ainda vestindo chinelos e pijama, saiu Sofie aos prantos. Ela correu para os braços de Joe e o abraçou forte.
- Como você chegou aqui?
- Eu não faço ideia- ela soluçava dentre as palavras - só sei que precisava falar com você urgentemente e vim parar aqui.
- O que aconteceu?
- Isso. - ela abriu a mão e deixou à mostra o papel, onde ela havia transcrito as palavras do se sonho e as do seu espelho. - O que quer dizer?
- Acho que eu posso te explicar melhor. - disse Pedro se ajeitando na poltrona - me falaram que você lê livros apenas no toque. Pode fazer isso com humanos também ?
- Não sei, eu nunca ...
- Tente - ele esticou a mão para tocar a dela. Ela respondeu segurando a dele.
Foi apenas ele pensar no que queria dizer a ela que instantaniamente ela absorveu cada informação apenas no toque de alguns segundos. Ela secou as lágrimas e olhou par todos na sala:
- Isso é verdade?
- Acreditamos que sim Sue.
- E o que faremos agora?
- Onde você estiver eles vão te encontrar, eles podem te rastrear como você os rastreou - disse olhando para Kevin e Joe - todos nos devemos ir para sua cidade, descobrir que esta conosco e quem esta contra nós. Assim saberemos o que fazer.
- Vou ligar para o aeroporto.
- Não precisa, sei de um jeito mais rápido. - disse Sofie
A sala ficou vazia em segundo, restando apenas uma xícara de chá pela metade e um papel com a profecia amassada.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Canais de Veneza (dedicado à Eloiza, minha amiga linda *-*)

O a pista de decolagem refletia o sol da manhã. Joe e Kevin, estavam próximos ao seu carro quando uma das balconistas, um pouco desesperada, chamava por eles:
- Signori, signori, attendere !!
-Desculpe, mas nós não fa...- tentou dizer Kevin mas a garota interrompeu
- Vocês são Kevin e Joe? - disse pausadamente, seu sotaque dificultava as coisas.
- Sim, somos nós. - os dois se entreolharam, tentando entender como ela sabia que estavam ali.
- Molto bene. Mì senhor pediu para que eu lhes desse isso- ela buscou alguma reação do rosto dos dois, mas quando não viu nada continuou - Ela espera por vocês. Li vedo dopo.Ciao.
Ela virou-se e se foi. Deixando com eles um pequeno cartão. Sem nome, sem telefone, somente um endereço "Sestiere Cannaregio, 576".
- Será que...devemos ir?
- Acho que sim. Afinal, temos que começar em algum lugar. E quem sabe... esse seja o lugar.
****
- Acredito que este é o lugar. - disse Joe, conferindo o endereço no cartão - numero 576... é , é aqui sim.
- Casa amarela, dois andares e com janelas verdes? - ele riu - Que fofo e amigável. - o tom de ironia de sua vos fez Joe rir, mas por pouco tempo.
Uma senhora baixinha, de cabelos prateados e óculos redondos com cordão de pedras vermelhas apareceu na porta. Parecia apenas uma velha secretaria, saindo pra tomar um café, ou algo assim. Seu vestido florido deixava aparecer suas sandalhas um tanto gastas. Quando eles acharam que ela sairia e iria em direção ao restaurante, ela os surpreendeu.
- Já não era sem tempo senhores. - Ela abriu a porta e apontou para dentro - O senhor Alguste esta esperando por vocês.
Kevin colou no ouvido e coxixou
- Velhinhos... só o que faltava. Eu falei que deveríamos ter almoçado antes.- levantou a cabeça e sorriu para a senhora, que não retribuiu o cinismo.
- Esperem na sala principal.
Apesar dos anos, a cidade não mudava muito. Os prédios e construções continuavam os mesmos mesmo depois de alguns séculos. As casa, apesar de parecer pequena, era muito grande. Decorada com muito bom gosto, em todos os lugares que os olhos alcançavam haviam objectos antigos e de requinte. A cor bege dominava o ambiente, que era iluminado por luzes fracas o que fazia a sal parecer ainda mais elegante. Das janelas, podia-se ver dentre as finas cortinas brancas,a praça e o movimento das árvores com o vento. O fraco aroma de molho e salsa vinha do lado de fora, deixando a casa com o ar leve de um sábado ensolarado.
- Vocês vieram rápido. - disse uma voz, aparentemente vindo da cozinha - Luci me contou sobe vocês, me disse que eram muito eficientes. Mas eu não esperava tanta eficiência..- disse rindo.
Dentre as cortinas, surgiu um homem. Aparentava 20 anos de idade, alto e muito forte. Vestia um terno caqui e sapatos sociais da mesma cor. Sua pele era branca, cabelos negros e olhos castanhos. Nas mãos trazia uma xícara de chá quente e o jornal do dia.
- Bene... - disse sentando - que educação a minha. Sou Pedro Alguste. Mas podem me chamar de Pedro. Já se foi o tempo em que cortesias eram necessárias.
- Bom, acho que já nos conhece. Kevin e Joe.
- Engraçado - levou a xícara à boca e tomou um gole - parece nome de banda. Mas vamos ao que interessa. Quantos já foram encontrados?- disse com um sorriso no rosto
- Encontrados? Quem deveria ser encontrado? - o sorriso de Pedro desapareceu imediatamente.
- Então vocês ainda não sabem? Eu imaginei que ... - largou a xícara na mesa de centro e foi até a lareira - Luci fez parecer que já sabiam de tudo. Mas parece que ela se enganou.
- Você conhece Luci? Como? - Joe olhava para Kevin sem entender, continuou a falar - Luci se foi a quase 50 anos, e você parece ter só 20.
- Pensei que fossem mais espertos também ...
- Nos perdoe. O Joe aqui ta sofrendo um pouquinho com o fuso horario. Acho que você poderia começar explicando tudo que deveríamos saber. O que acha?
- Claro. A luz sempre guia não é?!
- Claro...- sua voz era vaga, ambos sabiam que a conversa seria longa.
***
- Vocês devem saber da historia inicial dos Revivals não?
- Se for a dos elementos da natureza e tudo mais sim. Eu sou do ar, ele é do fogo, Luci era da água. Como acontece com todos.
- Touché! Não com todos. Existe uma historia diferente. Segundo às historias, iriam existir sete casos em que o convencional não aconteceria.
"O normal, é que a pessoa morra, e quando estiver prestes a fazer sua passagem voltem. Normalmente o elemento relacionado é o elemento que te ajudou a morrer. Mas, as coisas mudaram para sete renascidos. A morte continua presente em todas as situações, o  que muda é como recebem a segunda chance."
- O que acontece de tão diferente?
- Acontece que, renascidos normais são pegos de surpresa. Estão fazendo seu caminho pra a morte e são interrompidos. Agora, essas sete exessões, elas não vão até a morte. Elas param no meio do caminho e esperam que algo aconteça.
"Os renascidos normais têm de um a três dons, é raríssima as vezes que têm quatro. Eles se alimentam de almas humanas depois de certo tempo. Alguns, como fogo e ar ganham a imortalidade. Outros como a terra e agua, apenas duram mais do que humanos. Porem, esses escolhidos, os sete, têm a imortalidade garantida, e dons de força inimaginável. Vão descobrindo aos poucos o que podem fazer, até perceberem que são diferentes demais. E isso é o que trás vocês aqui."
- O que exatamente nós temos a ver com toda essa historia?
- Bom, esses sete são chamados de "as sete chaves", cada um descende de um fenómeno ou elemento. Não como os elementos de vocês, coisas diferentes. Até hoje eram em conhecidos apenas seis. Mais exatamente, Vida, Corpo, Som, Sombra, Luz e Mente. Porem, a sétima chave foi descoberta. Acho que sabem de quem estou falando. Poderes demais, passado e vida misteriosa, tudo sempre parece apontar e atrair à ela. Pelo que me lembro, acho que se chama Sofia.
- Na verdade Sofie.
-Passei perto.- falou com satisfação.
-Mas o que Luci tem a ver? Porque a Sue?
- Perguntas demais meu caro. Mas acho que você tem direito a respostas, porque afinal, vocês vieram até aqui atrás de respostas, e é isso que lhes darei.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Profecia (dedicado à Raphaella, a minha pequena grande escritora que me proporciona momentos de inspiração incríveis!)

Sofie corria pelas trilhas, Alisha praticamente andava atrás dela. O único som do jardim eram os passos apressados das duas e a musica que vinha da festa. Mas de repente os passos atrás dela sessarm. Sofie parou estatizada. Virou-se lentamente e deparou-se com um grande tigre branco. Seus olhos azuis pareciam perfurar os de Sofie. Não houve mais saída. Sofie se tele transportou.
Quando abriu os olhos estava no outro lado do labirinto que havia se tornado o jardim. Ainda estava em perigo. O silencio pairava sobre seus pés e aguçava seus sentidos. Seus pensamentos estavam divididos em três. Uma parte pensava em como sair dali sem que ninguém sentisse sua falta, ela tinha certeza que Alisha não a deixaria voltar para o salão, não viva. Não podia simplesmente sumir, muito menos ir pela saída da frente, quem dera pela dos fundos. Outra parte estava dedicada a descobrir o que Alisha era e o que ela quis dizer com "a sétima chave foi revelada" , e de que tipo de caçada ela estava falando? O que seriam as seis chaves restantes.

Porem, outra parte de sua mente estava observando tudo em volta, silencio. Maldito silencio. O fino nevoeiro que pairava sobre seus pés, revelava a presença de alguém nas redondezas. Encostou-se em uma árvore e passou os cuidadosos olhos pelo perímetro.
- Luci... - disse olhando para a sombra que começava a se formar na sua frente.
-Olá Sofie.
Sofie respirou fundo. A garota era mais assombrosa do que parecia. Sofie tomou coragem para iniciar uma conversa mas algo a interrompeu.
Brian saiu de dentre as árvores e invadiu o corpo do fantasma de Luci , que se desmanchou no ar como fumaça. Sue estava com o coração descompassado por causa do susto.
- Esta tudo bem ?
-A-Acho que sim.
-Como você veio parar aqui?
- Bom ... Nem eu sei - disse sorrindo
Ele deu alguns passos, aproximando-se. Quando seu rosto ficou à mostra Sofie pode ver.
- O que aconteceu com o seu cabelo - desse ela num tom mais fofo do que deveria, cruzando os braços por caus do frio.
-Resolvi dar uma mudada- ele sorriu, foi quase que uma cantada - cabelo comprido demais estava dando muito trabalho. - ele parou por um segundo e olhou-a - você deve estar com frio.
Disse isso tirando o terno e colocando sobre os ombros de Sofie.
-Vamos entrar
- Acho melhor não. Não estou muito bem, acho que já vou para casa
- Mas não são nem oito da noite.
-Pois é. - disse respirando lentamente - Acho que nem deveria ter vindo. - tirou o terno dos ombros de devolveu-o. - Até mais Brian. Avise sua irmã que devolvo o vestido amanhã. Muito obrigada por tudo - falou virando-se.
-Sofie - ela voltou-se para fita-lo - você estava linda hoje.
- Obrigada - graças às luzes fracas, Brian não pode ver Sofie corando de leve. Ela virou-se e desapareceu dentre as árvores.
***
Fechou os olhos e quando abriu-os estava dentro do carro. Tinha que sair dali o mais rápido possível. Mas andes de colocar a chaves no painel ela olhou uma ultima vez para as janelas da mansão. De uma delas se via a imagem de Silan, seu professor de Inglês, A aura negra estava com ele. Mas dessa vez seu rosto dizia outra coisa. Era uma suplica. Um grito silencioso de agonia e um pedido atormentado de ajuda. Ele quase que implorava por ajuda.
Em menos de cinco minutos Sofie estava na estrada principal em direção ao hospital de Tom. Deixaria o carro lá e iria sozinha dali. Precisava descansar.

***

Antes de ir para casa, Sofie foi até a praia. Sentou-se à beira de um pequeno pier de madeira, que entrava pelo menos vinte metros ondas a dentro. Com certeza alguém que pulasse ali na maré alta não escaparia tão fácil.
 Quando deu por si, estava apoiada apenas por um pé na frágil madeira, e não demorou muito para sentir a água fria e salgada do mar cortar-lhe a pele. As ondas eram fortes e violentas, não havia como  lutar contra elas. Mas, elas de repente pararam. Sofie mexeu-se e as ondas continuaram paradas, como se por um minuto o tempo parasse para observa-la.
Ela nadou até a margem e continuou andando até as ruas que cortavam a cidade. Tudo estava parado. Como se fosse algum tipo de pegadinha , ou uma brincadeira. Sofie não sabia como tinha feito aquilo, muito menos como ia desfazer.
Em pouco tempo viu-se em frente à sua casa. Olhou para traz e as coisa começaram a se mover na mesma velocidade que se moviam antes.
Como de costume, Sofie afundou-se nas cobertas e caiu em sono profundo. Profundo demais.
***
Ela abriu os olhos e estava em uma sala pequena. As paredes eram brancas e não havia nenhum lugar de onde pudesse entra ar ou qualquer luminosidade. O ar era rarefeito e sufocante. A sala estava vazia. Exeto por um pequeno livro, num dos cantos. Ela levantou-se com cuidado e chegou perto do livro.
Sentiu o chão tremer sob seus pés. Tentou se apoiar nas paredes, mas como se fosse algo gelatinoso, elas apenas se moldaram ao seu braço. Sofie o tirou rapidamente de lá. Esperimentou tocar com as pontas dos dedos nas paredes. Elas se moveram em pequenas ondas ao sentirem seu toque. Porem as ondas ficaram mais violentas e começaram a se espalhar. A sala começou a ficar relativamente menor, deixando o ar mais escasso. Ela tentava engolir saliva e livrar a garganta seca.
Olhou para trás e deparou-se com Luci, ela ria descontroladamente. Debochando, gabando-se.
- Ele é meu queridinha
-Do que você esta falando?
-Você realmente acredita em Kevin? Desculpa , mas é tudo mentira. - ela desviou o olhar por um segundo - Joe me amava, ele sempre me dizia isso. Tudo que você sabe é mentira. - ela começou a se aproximar , até poder tocar com as pontas dos seus dedos gélidos o rosto de Sofie - mas se você vier comigo, posso lhe mostrar.
-Não - disse isso relutante - Pare com isso - empurrava as paredes que agora a sufocavam - por favor pare!!
Como se por impulso Sofie abaixou-se a apanhou o pequeno livro. Sua capa era de cor preta com pequenas letras douradas. Ela abriu-o e dele saiu um clarão, cegando-a e a levando daquela sala.
***
Ela estava de pé à frente do espelho. Estava extremamente linda. Seus olhos estavam claros e pareciam queimar.
A sala à suas costas era muito bem decorada, e a luz do sol adrentava as janelas como numa manhã de sábado ensolarada. Respirou fundo, sentindo o ar leve e o cheiro de orvalho que vinha de fora trazido pela brisa.
Ela estava totalmente acordada, não sentia vontade de voltar para a cama, nem de ir à cozinha preparar o café. Estava feliz naquele momento.
Fechou os olhos por um instante e pode sentir uma mão encostando em seu ombro, riu baixinho e ergueu o olhar. Mas não esperava pelo que viu.
Uma sombra densa estava-a envolvendo, já era tarde. Sofie podia sentir os sussurros.
- Você não conseguirá fazer isso sozinha, não se iluda criança. Você é a chave que faltava.
- Do que você esta falando? Não se de chave nenhuma.
- Não , mas logo saberá, aguarde os visitantes. Cuidado, guarde minhas palavras.
A sombra quase que gentilmente, passou o braço por cima do ombro de Sofie, e quando alcançou o espelho escreveu com as garras, fazendo um barulho irritante.
"Eles te guardam pela luz,
Eles desejam-te pelas trevas,
Os renascidos retornam ao seu posto
Vida, Mente, Corpo, Som, Sombras, Luz e Morte
As chaves serão recolocadas
E a guerra se iniciará"
***
Sofie acordou com as mãos tremulas, ainda não havia amanhecido. Saiu da cama, acendeu a luz e foi ate o espelho. Com as pupilas dilatadas pode ler, escrito com batom, o seu batom. As mesmas palavras proferidas pela sombra. Averiguou se não era mais um sonho, mas não, aquilo era real.
- Merda - disse baixo, mas sua vontade era de gritar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Caçada (dedicado à Raissa, minha prima, tia , tanto faz)

Enquanto prendia algumas mexas dos cabelos de Sofie, Megan começou uma conversa que Sue queria evitar:
- Sue, posso te chamar assim? - ela fez uma pausa esperando um protesto, mas ele não veio, ela continuou - O que aconteceu com o seu namorado? Ele parecia tão apressado quando falou com você. Alguma coisa que você queira contar? - ela encostou o queixo no ombro de Sofie e sussurrou - Entre amigas.
Ela sentiu o corpo estremecer com a intimidade.
- Não é nada de importante, ele só veio me avisar sobre a viagem.
-Não me diga. E para onde que ele vai?
-Bom...- ele acabara de perceber que ele não havia dito - na verdade eu não sei. Ele só disse que era importante.
-Hum - disse como se não ligasse- Acho que acabei. - disse tirando as mãos dos cabelos de Sofie.
-Deixe-me ver - disse Emily de dentro do closet, ela apareceu entre as roupas - Quem é você e o que você fez com a minha amiga Sofie? - disse num sorriso.
Sue foi até o espelho e mal pode acreditar no que estava vendo.

***

O aeroporto estava vazio e haviam poucos aviões na pista.
"Ultima chamada para embarque portão 6,com destino à Aeroporto Internacional Marco Polo, Teressa, com escala em Barcelona, aeroporto Girona. Repetindo , ultima chamada."
Kevin e Joe Acomodavam-se em suas poltronas.
-É estranho voltar depois de tanto tempo. - disse Joe
- O mais estranho é que nem sabemos o que vamos procurar.
- O que? Você não tem nem ideia?
- É... não
- Eu não acredito , você é louco, vou sair desse avião agora mesmo! - ele levanto-se , mas já era tarde , haviam acabado de fechar a porta. Ele se via agora, parado e perdido no corredor do avião, não deveria estar ali, não mesmo.
- Senhor , nós já vamos decolar  , por favor sente-se e coloque os cintos - disse uma aeromoça de meia idade, que aparentava cansaço. Joe rendeu-se e sentou ao lado do irmão.
- Eu te mato um dia desses.
- Se for possível- disse Kevin rindo- e nem é noite ainda, seu amorzinho deve estar se arrumando para a festa, e sem você...
- Kevin , por favor , já chega né?
- Tudo bem , parei.

***

A noite já era plena em Veneza, mas havia um som diferente vindo dos canais. Era como se debochassem de algo. Mas tudo permanecia em silencio...

***

Mal havia chego o final da tarde e o salão da casa já estava cheio. A maioria dos convidados era de meia idade exeto por um grupo muito selecto, todo concentrado num dos cantos do salão , próximos à escada que levava ao jardim.
-Já podemos descer meninas, meu irmão vai demorar um pouco ainda - disse Meg num sorrisinho. Sofie e Amy consentiram.
Megan estava com um vestido branco completamente bordado trançado de pedras pretas na altura da cintura. Com sapatos da chanel com tranparencia e laços. Os cabelos ruivos, cacheados e presos apenas de um lado.  Parecia um verdadeira bonequinha de luxo.
Amy não ficava muito atrás com um vestido rosa bebê com uma fita preta na cintura e sapatos pretos de boneca.
Mas a que se realçava dentre os vestidos caríssimos dos convidados e que mais atraiu olhares foi o de Sofie, apesar de ser o mais simples. Com o seu salto de all star roxo ela usava um vestido preto bem acinturado com renda preta nas pontas. Seu cabelo loiro escuro de um coque caia cacheado.
Ela caminhou com Meg até o grupo seleto de adolescentes. Todos estavam muito bem arrumados e eram exageradamente simpáticos e divertidos. Uma garota chamou-lhe a atenção.
De pele morena e de cabelos grossos, ela estava encostada no corrimão da escada. Como se fosse seduzida, Sofie aproximou-se, e pode ver dois grandes olhos azuis fitando-a. Era realmente uma beleza rara. Sua aparentava veludo negro , de uma delicadeza e força impecável. Sofie desviou o olhar.
- Você deve ser Sofie.
-Como?...
-Megan falou muito sobre você. Nos deixou curiosos.
-Desculpe mas você é??
- Alisha querida. Sou uma grande amiga dos irmãos  Novak - Sofie olhou para ela em tom de duvida. - Megan e Brian Novak. Se bem que eles não costumam dizer o sobrenome. - ela riu - venha querida , vamos dar uma volta. - e desceu as escadas. Sofie acompanhou.
***

O jardim era imenso, suas trilhas eram delimitadas por fileiras de pedras muito bem posicionadas. As árvores eram iluminadas por pequenos focos de luz. E as que costeavam os caminhos eram dotadas de mobiles de cristais que reflectiam as luzes. O lugar tinha uma certa magia, que deixava a pessoa mais racional, nostalgeada pelas luzes e cores. No centro do grande jardim havia um lago com alguns bancos ao redor.
- Sente-se - disse Alisha.
As duas sentaram-se e depois de alguns segundos de total silencio Sofie quebrou-o.
- Muito bonito esse lugar não é? Quem me dera viver em um lugar assim.
Silencio...
-Não é Alisha?
....
-Alisha?
-Tome cuidado garota, tudo esta prestes a se revelar. - disse num tom amargurado , sua vós antes aveludada saia agora retorcida e metalizada. Como se não fosse dela.
- Do que você esta falando? Esta tudo bem?- disse levantando-se
- Tudo foi revelado, proteja seus amigos, antes que seja tarde.
- Alisha, você esta me assustando.
- Não brinquem com o passado criança, não tente mudar o futuro - ela riu - você foi revelada. A sétima chave reapareceu. A caçada se inicia agora.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ultimo suspiro - (dedicado à Marina de Albuquerque, que mesmo dos EUA continua enchendo o saco kkkk te amo amiga)

Caminhando pela areia fina e branca, sentia o vento acariciar seu rosto, e bagunçando seus cabelos despenteados. Sentia  a maresia humedecer suas roupas.
O dia estava frio, mas ela não se importava. Se sentia completamente perdida. Suas lágrimas frias já não caiam. Era inegável, só de tomar conhecimento de que Joe não estava por perto, já deixava Sofie sem chão. Como se a ferida estivesse sangrando novamente, e doía cada vez mais e mais.
Olhava para o mar e enxergava uma linha branca no horizonte, separando as ondas do céu. Sentia-se deslocada, como se ali não fosse seu lugar.
Não era apenas por Joe que se sentia assim. Ela sabia que não deveria estar ali. Naquela cidade, naquela praia, não deveria estar naquele lugar. Não deveria estar viva.
Um vazio tomou conta do seu peito e engoliu seu corpo por inteiro. Sentou-se na areia e colocou a cabeça nos joelhos. Tentou respirar e evitar a escuridão tomasse conta de sua mente . Suas pernas amoleceram e sentiu seu corpo sucumbir por um momento.Mas foi despertada por algo.
Uma ener5gi se aproximava. levantou a cabeça e viu a sombra projectada na areia. era Megan.
 - Oi - disse Megan com a voz doce e infantil, entortando os pés como uma criança acanhada.
Sofie secou as lágrimas que tentavam cair e sorriu pra Megan.
- Olá Megan, como vai?
- Bem bem, e você?
- Bem
O silencio pairou pelo ar, parecendo silenciar a cidade e as ondas.Megan quebrou o silencio.
- Quer se arrumar comigo para a festa? - ele olhou para Sofie - Você vai a festa não vai?
- Err - ela queria recusar , mas algo a impediu, sentiu que precisava ir a essa festa - Pode ser.
- Otimo- Meg parecia animada - Amy vai lá em casa também. Vai ser divertido. Chegue lá as três horas ok ?
- Mas já são duas e meia. - Sofie olhou o relógio
-Eu sei - e Megan foi embora antes que Sofie pudesse protestar
Megan era o tipo de garota direta , que evitava rodeios, mas ao mesmo tempo era dócil e infantil. Quase que inofensiva. De certa forma isso causava arrepios em Sofie. Mas não era algo ruim, pelo contrario, era uma sensação otima.
Sofie garantiu que ninguém a observava e fechou os olhos. Pensou em seu quarto. Quando os abriu estava no meio do seu closet.

***

- Kevin, você tem certeza que devemos fazer isso?
- Não. Só sei que há algo errado. E esta nops espulsando dessa cidade.
- Mas não seria esse um bom motivo para ficarmos? - perguntou Joe
- Se é com Sue que esta preocupado, relaxe. ela é imortal e sabe se virar muito bem sozinha. E seja lá o que esteja nos expulsando, é para o bem de Sofie.
- Você consegue me deixar confuso.
- É como se nós precisaremos sair para outra coisa entrar. Se é bom ou ruim? Eu não sei.
- Para onde vamos?
- Veneza
- O que ?
- É isso ai , vamos para Veneza!
- Como você espera chegar lá? De carro ? Você esta pior do que eu imaginava.
- Não seja bobo , vamos voar.
- Não sei se você se esqueceu , mas somos imortais , não bruxos. E alem disso eu não trouxe a minha vassoura.
- Você nunca foi bom em fazer piadas Joe - Kevin ria - então fique bem quietiinho.
- Você é quem manda - falou em tom de deboche
- É isso que se ganha sendo irmão mais velho? - parou e sorriu - um peso a mais pra carregar e piadinhas sem a mínima graça - ele ria - assim você me mata - parou e pensou no que disse - ou não né?!
Os dois riam , mas era impossível disfarçar o nervosismo em suas vozes.

****

Sofie pegou uma mala antiga de escola do fundo do armário e começou a jogar dentro tudo que achou que fosse precisar. Um all star* roxo escuro de salto , já fora da linha , mas que ela adorava. Um jeans menos surrado e uma camiseta preta. Aquilo passava longe de ser social , estava mais para um básico do básico. Para Sofie? Estava perfeito.
Colocou a bolsa nas costas , olhou-se no espelho uma ultima vez, para garantir que não havia mais areia nas suas roupas. Desceu as escadas e foi até a cozinha , olhou o relógio. 2:50 . Estava no horário ainda. Beliscou um dos salgadinhos que tinha na cozinha e dirigiu-se até a garagem.
Tom tinha trocado de carro a uma semana , e emprestou-o à Sofie , sobre a condição de busca-lo no hospital. Sofie teve que aceitar, seria um tanto estranho chegar andando, numa casa quase fora da cidade. E consideravelmente longe de sua casa.
Jogou a mala no banco do carona e abriu a porta da garagem. Apesar do frio, o céu estava limpo. Num tom homogenio de cinza claro, deixando escapar no fundo algumas nuvens tom de rosa e laranja. O silencio dominava a estrada, a não sei pelo ronco do motor do nissan que dirigia.
A casa já estava próxima quando Sue percebeu que algo a seguia. Mas não algo material, uma sombra. Algum tipo de vulto parecia rodear o carro, costeando os canteiros da estrada e as faixas no chão. Mas na mesma velocidade que surgiu , a sombra sumiu, deixando apenas a sensação e um gosto amargo na boca de Sofie.
Parou o carro à frente de um portão enorme, que escondia uma pequena mansão. Sue pegou um pequeno papel e conferiu o endereço. só podia estar  errado. Megan nunca havia comentado sobre uma casa tão grande. Mas logo apareceu alguém para tirar suas duvidas. O segurança era alto e vestia terno.
- Posso ajudar senhorita?
- Pode sim, estou meio perdida - ela mostrou o papel com o endereço - acho que minha amiga passou o endereço errado- ela sorriu
- Seu nome é Sofie?
- Como...?
- A senhorita Megan esta lhe esperando. - ele ergueu a mão e o portão abriu, mostrando a pequena propriedade escondida no subúrbio da cidade.
Megan já à esperava na porta, com alguns bob's no cabelo e meia calça. Sofie olhou para a bolsa no banco e teve certeza que errara feio na roupa. Megan sorria como uma criança no dia do aniversário, mas dessa vez havia certa malícia não tão infantil nos seus olhos. Sofie recusava-se a ler seus pensamentos , mas já estava ficando curiosa.
Meg a levou até um grande quarto. No centro uma cama de casal, um tapete vermelho e todas as paredes brancas , com exeção de uma parede totalmente coberta por vidro fosco, escondendo um belo closet.
Sofie tentava imaginar como tudo aquilo tinha vindo parar ali, eles tinham acabado de chegar de viajem.
Amy surgiu , vindo de dentro do closet e tirando a mal das mãos de Sue. Nem precisou abrir, apenas apalpou e olhou pra Megan:
- Cinco pratas
- Mas você nem abriu
- Então ta - ela tirou o all star* de salto de  dentro da bolsa - agora trate de pagar , aposta é aposta
- Fazer o que - Meg olhou pra Sofie - Apostamos que você iria trazer esse sapato , e ela acertou. Tenho uma roupa perfeita para ele, e um spray otimo para o seu tipo de cabelo. - disse analisando Sue dos pés a cabeça.
- Mas  eu trouxe
Megan apenas riu e entrou no cleset, trazendo de lá a roupas mais fantástica que já tinha visto , olhou para Emyli e para Megan escandalizada.
- Quantas pessoas virão à essa festa mesmo ?
- Algumas...
Megan começou a arrumar Sofie, que começou a ficar com medo , do numero de pessoas que apareceriam, porque com certeza não era mais um encontro de amigos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Novos visitantes

Joe , como sempre , foi buscar Sofie em casa , como se realmente fosse preciso.Mas ele gostava de manter as aparências, tentar ser no mínimo normal. mas não havia jeito , os dois não eram exactamente um casal convensional. Ela toda estranha e antisocial, enquanto ele tinha tudo para ser o mais popular. Isso já era o suficiente para atrair olhares curiosos.
A chuva estava fraca aquela manhã, os alunos estavam certamente intediados. principalmente os que tinham química no  primeiro horário. o que era o caso de Sofie , não se Joe. Ele à deixou na porta da sala e se foi, deixando apenas o doce gosto de seu beijo nos lábios de Sofie.
Sue se dirigiu ao seu lugar, mas foi interrompida, justamente lá , na ultima mesa , a qual ela costumava ocupar sozinha desde sempre, estavam sentados duas pessoas. Aparentemente irmãos, ambos de ma beleza descomunal. A garota tinha um ar infantil e inocente, já o garoto, tédio, esse era o único sentimento que ele demonstrava.
-Espero que não se incomode - disse o professor. Mas ele não queria uma resposta, apenas que ela não discutisse e fosse sentar. foi isso o que ela fez.
Largou a mochila num canto e sentou-se, não esperava que eles fossem ligar pra ela. Mas como sempre, Sue surpreendeu-se .
- Oi! - disse a garota animada - Sou Megan! Pode me chamar de Meg! E você?
Sofie se sentiu como uma criança respondendo
- Err.. Sou Sofie - o garoto levantou o olhar para Sue, ela percebeu - E pode me chamar de Sue.
O garoto riu.
- Sou Brian, e pode me chamar de err. Brian - ele riu em silencio
- Seu humor é invejável irmãozinho - disse Meg
- Estou sem saco para ver tudo isso de novo.
- De novo? - perguntou Sofie
- Esquece - disse ele virando os olhos e voltando-se para o quadro novamente
- Ta bom então - ela ignorou parcialmente o comentário
Começou a observa-los. Megan era linda , parecia uma bonequinha. Era ruiva com os cabelos lisos até o meio das costas, era baixinho. seus olhos eram de um verde clarissimo. Tão linda quanto o irmão. Brian tinha os cabelos loiros quase tão compridos quanto a da sua irmã, tinha o rosto angelical, e os olhos eram de um cinza esverdeado surpreendentes, era alto e tinha um corpo considerável.
As duas auras oxilavam entre o salmão e o verde, porem , finíssimas, quase imperseptiveis.
***
Ja era hora do almoço ,Sofie se dirigia até a mesa , agora ocupada por mais dois indivíduos. Megan e Brian.
Jack conversava com Meg, porem ele não a olhava , ele a devorava com os olhos. E ela sabia disso e não ligava, na verdade parecia estar gostando da situação. Amy mal olhava para Brian, que também não parecia fazer questão de manter uma conversa agradável com ela. Todos estavam de acordo. Menos Sue, havia algo faltando, Joe não estava ali. Ela  vagou o olhar pelo refeitório, mas nada.
-Oi - disse ela, sentando-se. ainda procurava Joe.- Alguém viu o Joe?
- Não vi não! - respondeu Amy - ela não foi à aula de química hoje.
- Não deve ser nada
- Oi - disse Brian com um sorriso, como se estivesse agradecido por Sofie estar ali.
- Olha só, o senhor mal humor parece estar mais animadinho agora!- ela e Amy riram - Você deve ser uma dessas pessoas que não gostam de acordar cedo!
- Exactamente!- ele riu
-Vamos fazer uma festa hoje, e vocês estão convocados- disse Megan, olhando especialmente pra Jack.
- Mas vocês acabaram de chegar! - disse Amy surpreendida
- Temos alguns amigos na região, já moramos aqui por um tempo.
- Falando nisso - Jack comentou - de onde vocês vieram mesmo?
O silencio pairou sobre a mesa
- Nós estávamos num intercâmbio na Inglaterra - disse Meg
- Nossa, é meio longe pra chegar aqui de repente.
- Já tínhamos tudo preparado a tempos. - respondeu
- Entendi - completou Jack
- Mas a festa ta combinada não é?
- Claro - disse Jack animado - Nos vamos sim! Não vamos? - ele olhou em direcção de Sue e Amy
- Vamos- as duas responderam juntas
Alguns minutos se passaram.
- Sofie, porque você esta tão tensa?
- Eu não consigo falar com Joe - ela segurava o celular
- Hey, não é ele ali na porta?
Sue virou-se e pode vê-lo. Ele estava esperando por ela . Sofie levantou-se e foi até Joe.
- Onde você se meteu?
- Preciso te falar uma coisa. - o tom na sua voz era frio
- O que?
- Vou ter que sumir por uns tempos.
- Como assim ?
- Considere uma viajem.
- Mas porque vocês precisão sumir?
Joe respirou fundo
- Estamos ficando fracos, fracos demais, aconteceu de repente, precisamos sair para... - ele relutou em terminar a frase
- Para se alimentar.
- É, mas vamos voltar antes do baile. Eu prometo.
- Vocês sabem o porque? - eles estavam cochichando
- Não exactamente , algumas energias diferentes apareceram e não sabemos de onde vem, precisamos nos fortalecer só isso.
- Quando?
- Hoje- ele fechou as mãos, e abriu, ele materializou um amuleto - Me prometa que vai tomar cuidado- ele a entregou o amuleto - Ele vai  te proteger de qualquer revival que te ameaçar. essa pedra - ele apontou para o pingente em forma de estrela - ela é a pedra dos elementos, vai te proteger.
- Existem mais renascidos?
- Infelizmente , Dois grupo pequenos estão se aproximando, temos que ficar preparados - ele passou as mãos nos cabelos de Sofie e sorriu- eu sei que você vai se cuidar, você é forte e rápida, vai saber se defender.
Ele encostou lentamente os lábios nos dela.
- Volto o mais breve possível
acedido
Ele se foi, mas antes de virar o corredor ele falo baixinho , mas ela pode ouvir
- Aproveite bem a festa ! - ele sorriu e foi embora. ela ainda sentia o seu perfume no ar

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Doce melodia

Já era tarde para Joe estar ali , Sue não estava acostumada com aquele tipo de visita. Mas ela sabia muito bem que aquilo não era uma simples visita. a aura de Joe estava agitada , mais do que o normal. Eram raios de um branco intenso mexendo-se freneticamente. Sue esqueceu de respirar por um momento, estava vidrada na aura de Joe. Abaixou a cabeça tentando se livrar do transe
-Sue , meu amor? esta tudo bem ?
- Sim , esta tudo bem - ele lembrara de como respirar - Esta tudo ótimo
Ela levantou a cabeça e deparou-se com os olhos de Joe fitando-a. Eram os mais lindos que já tinha visto , aqueles olhos, que naquela noite , pareciam estar de um verde esmeralda vibrante, ela tinha sorte de te-los só para ela. Joe deixara bem claro , aqueles olhos só se voltariam à ela , somente ela.
- Precisamos conversar - disse ele num tom frio , mas havia medo em sua voz , insegurança.
Sofie tentava entender o que estava acontecendo , o que ele queria dizer com isso? Aquela conversa existia no mundo deles? Ela preparou-se para o pior, muniu-se para a pancada que iria receber. Fosse o que fosse , não era bom. A aura de Joe escureceu.
***
Na mesma noite
- Tem certeza que é aqui? esta meio deserto, se é que me entende. Tipo, não tem ninguém maninho!
- Tenho certeza sim - ele estava confiante - tem que ser aqui porque... - a confiança na sua voz sumiu
Talvez sua irmã estivesse certa e não fosse ali. ele pairou os olhos pela rodoviária vazia exceto por:
- Silan - ele gritou
- Graças a Deus , pensei que estivéssemos perdidos 
- Largue de frecura - ele limpou a garganta - Silan - gritou o mais forte que pode
Silan mexeu nos cabelos e voltou os olhos para os dois jovens e algumas malas perdidos no meio do pátio. Ele sorriu com a mesma animação de um adolesceste . apertou o passo para chegar o mais rápido possível deles. Abraçou-os com toda a força que pode
- Finalmente vocês chegaram!
-Você disse que precisava de ajuda .. - disse o rapaz
- Então nos viemos - completou a irmã
- Sim vocês vieram - Silan sorriu - mas não é o momento certo para falarmos disso. Vocês devem estar exaustos
Eles riram da ironia da piada 
- Sim nos estamos exaustos 
ja dentro do carro em movimento, eles podiam ver as ruas escuras. O som tocava ""Highway to hell- ACDC", e quebrava o silencio.
 - Irônico não? Justo nós que não vamos  conhecer o inferno tão cedo, escutando essa musica.
- Justo nós!
Silan ficou um pouco desconfortável com o comentário , mas relevou , precisava de ajuda, seus sobrinhos eram a única salvação . A musica continuou tocando.
***
Os ombros de Joe estavam tensos, Sue tentou quebrar o silencio
- Kevin me contou sobre Luci
Ele não esboçou nenhuma reação, mas era possível ver sua aura se acalmando, mas ele continuava quieto
- Joe?
- Bom agora acho que você sabe de tudo agora.
- Bem, eu preferia que você tivesse me contado, mas como Kevin se disponibilizou.
- Apesar dos meios dele não serem os mais adequados , confio no meu irmão
- Bom - ela tentava não rir - Na verdade acho que você esta agradecido a ele. Vamos Joe , ele te livrou de um fardo 
- É por ai mesmo. - o silencio pairou pelo quarto novamente 
- Joe, o que você queria me falar?
Ele parou por dois segundos
- O baile - disse ele um pouco hesitante
- Baile?
- Sim , o baile , queria que você fosse comigo- ele baixou a cabeça pra esconder as bochechas coradas
Joe corou , Joe. aquele deus, perfeito e seguro corou.  Justo por um motivo tão banal e simples.Sofie pasmou
- Como você , Jonas Wood, consegue corar , só para convidar alguém tão sem graça como eu ? - ela ria
- Sem graça? Você? Sem graça? Você esta brincando, Cada dia com você e uma experiência nova, uma aventura arrisco dizer, e você vem me dizer que é sem graça? - Ele ria - Você é uma caixinha de surpresas... Que por sinal me deixou sem resposta. Aceita?
- Mas que duvida , é claro que aceito
Os doces lábios de Joe tocaram os dela. Ela poderia ficar  ali para sempre , ele não pensava diferente.