sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Laços desconfigurados

Ele sentou-se em frente de Sue e começou a falar:
- No inicio foi fácil , mas depois as coisas começaram a complicar para nosso lado.
"As pessoas começaram a envelhecer e a perceber que continuávamos jovens, percebemos então que ter 17 anos eternamente não seria tão bom. Joe começou a odiar a imortalidade, se recusava a matar, mas acabava cedendo. Começamos a migrar de cidade e país a cada 5 anos , ou quando percebíamos que as pessoas estavam nos notando."- ele fez uma pausa- "ou quando os assassinatos chamavam muito a atenção"
Sue respirou fundo e piscou vagarosamente , ergueu a cabeça e voltou a ouvir
- Começamos a perceber que depois de sugarmos uma alma, de certa forma, eu não sei, mas pareia que por algum tempo ganhávamos a personalidade, a força, dons e defeitos da pessoa. E de certa forma isso começou a nos fazer mal.
- Porque?
- Quando a sede de almas era maior , perdíamos completamente nossas identidades, mal sabíamos quem éramos. Até que ... - Kevin travou , Sofie nunca tinha o visto tão tenso, ele esfregava as mão em sinal de nervosismo. Sue percebeu , gora era a hora que Luci entrava na historia.
- Luci - disse Sofie
- Sim , até que Luci - ele exitou em dizer seu nome - apareceu .
"Nos estávamos passando uma temporada na Itália, Veneza sempre me pareceu um cenário perfeito para um bom filme de terror, e se posso dizer , era isso que procurávamos lá. Eu e meu irmão já havíamos nos conformado com a morte, ela já fazia parte da nossa existência, dependíamos dela. Era época de Carnaval em Veneza, as ruas estavam agitadas, mascaras e fantasias. Estávamos irreconheciveis. Na ponte do canal de Veneza havia uma jovem , devia ter seus 15 anos. - ele suspirou , meio que apaixonadamente - Seus cabelos iam até metade das costas , era baixinha , com um vestido rodado vermelho sangue e com os cabelos tão negros quanto as águas do canal , presos a uma fita branca. Sua mascara só cobria metade de seu rosto, deixando seus lábios a mostra, mas não escondiam seus olhos verdes.
-Luci? .
- Aquela garota tinha algo diferente, mas decidimos deixa-la de lado. Mas ela começou a nos perseguir, como se soubesse quem éramos. E ela sabia. Ela era como nos , só que muito mais frágil, mas não inocente , ela sabia o que queria desde o inicio. Ela queria Joe.
Sue estremeceu
- Mas Joe a rejeitava. pra mim a garota tinha um cheiro irresistível, tentador. Porem , para Joe era diferente , o cheiro dela era repugnante para ele. Acabei me apaixonando por Luci. sabia que ela aceitara ficar comigo apenas para tentar se aproximar de Joe , mas na época não importava. O tempo passou e ela começou envelhecer, então percebemos que ao contrario do que imaginávamos ela não era uma de nos , era diferente. Ela acreditava que éramos revivals.
- Revivals? Mas o que...?
- Revivals , são seres renascidos. Ela dizia que de tempos em tempo um ou dois revivals nasciam, essas criaturas sempre estão ligadas aos elementos , água, terra fogo e ar. As criaturas matavam o corpo , entrelaçavam as almas e se tornavam um só ser. Mas poucos humanos resistiam à transformação. poucos chegavam a maioridade e alcançavam a imortalidade. Os que sobreviviam , tinham o futuro do elemento , o ar é eterno , a água muda , a terra é desgastada , e fogo é imortal.
-Quer dizer que eu sou...?
- Uma revival? Pelo que tudo indica. Luci era uma renascida da água , e como a água, ela mudava , envelhecia. Ela era uma humana normal , mas com alguns dons extras. Você e Joe , são renascidos do fogo. Eu sou um renascido do ar. Morri asfixiado. Eu não estava no incêndio estava fora da casa. Já Joe e você, são diferentes.
- diferentes como ?
- Na maioria das vezes , os revivals do fogo tem guardiões, espécies de anjos, que te protegem. No caso de Joe , um bombeiro que tentou salva-lo, esse é o diferencial dos renascidos do fogo eles tem três chances. A 1º quando são concebidos , 2º quando alguém tenta salva-los ,3º quando as criaturas entrelaçam suas almas.
- Any.
-Any?
- A mulher que tentou salvar a minha vida, no dia do acidente.
-Então agora temos certeza , você é uma revival do fogo. Mas voltando a Luci.
"O corpo de Luci foi encontrado semi morto à beira de um rio . Ela "morreu" na agua , e foi a escolhida para renascer, foi escolhida pela água para ter a segunda chance. Só que ela errou em uma coisa. Ela queria Joe, um revival do fogo. Ela envelheceu rapidamente ao lado de Joe. Já haviam se passado quase 10 anos e nós voltamos Veneza, Ela aparentava 30 , seus cabelos eram lisos longos e negros, seus olhos verdes já haviam desbotados. Era um novo Carnaval , ela estava com um vestido de baile preto, eu a ofereci meu amor, com um revival do ar ela iria rejuvenescer, e poderia provar da eternidade , mas não , ela queria Joe, mesmo sabendo que com ele não sobreviveria. Ela suplicou a Joe que ele a matasse , para que sua alma humana, permanecesse na terra. Joe recusou pedido, e ela se matou. Porem uma maldição caiu em seu espírito. Sua alma nos perseguiu por algum tempo , e só aparecia novamente quando meu irmãozinho estava em perigo. "
- Mas porque ela apareceu para mim ?
- Na visão dela você é o maior perigo que existe.
- Porque?
- Ela jurou antes da sua morte , que se não fosse ela o amor de Joe , não seria mais ninguém
.......
Depois de algumas horas Kevin foi finalmente embora. Sue subiu para o quarto e desabou na cama. Uma agonia a afligia, os seus instintos diziam-lhe que deveria sair daquela situação o mais rápido possível. Mas seus olhos já não sustentavam as pálpebras , acabou caindo e sono profundo.
Uma mulher jovem a perseguia entra os corredores do castelo, dois homens estavam com ela, mas não pareciam estar brincando , pareciam estar com sede , muita sede, sede de alma. A sua alma. Sofie corria , buscando a porta , mas quanto mais corria mais longe a porta ficava . De repente Joe surgiu na sua frente. Estava vestido com uma fantasia e com uma mascara branca com dourado. Tirou a mascara e abraçou Sue. "O meu amor é só seu." Sofie olhou para trás e viu o Fantasma de Luci invadir seu corpo.
Sofie abriu os olhos assustada , Joe a observava da beira da cama

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Encontro ao acaso

Ele levou Sofie até o carro , e permaneceu o tempo todo em silencio, nem uma doce nem amarga palavra saia de seus lábios , ele sombriamente não emitia som algum. Depois de desistir de analisa-lo ela encostou sua cabeça no vidro do carro , e pode sentir a respiração de Joe relaxar , como se ele se livrasse de uma grande pressão, e ela sabia que naquele momento a pressão era ela.
O caminho da casa de Joe até a dela era marcado por alguns pinheiros , e musgo , muito musgo , o inverno estava se aproximando cada vez mais mais perto , isso se já não estava presente, em uma semana já veria neve diariamente . Sentiu sua mão ficar fria , e estremeceu. Joe rapidamente segurou sua mão como se soubesse. O calor voltou ao seu corpo tão rápido quanto saiu, ela sabia que não deveria proferir nenhuma palavra a Joe ,não agora , não naquele momento.
Sue resolveu olhar para o céu, já estava amanhecendo , as cores tomavam forma, salmão, rosa , azul, laranja . As nuvens faziam sombras umas nas outras , e algumas se movimentavam mais rapidamente. Não eram nuvens , ela sabia , eram vultos , vultos cinza ,indigo , preto , laranja e vermelho. Dançavam dentre as nuvens num balé majestoso, pareciam, lembravam ... fogo. Era quase o mesmo show que assistira no dia de sua morte , ou quase morte. Só que eram mais graciosas, e mudavam constantemente, e Sue era a única que podia assistir o show , literalmente o show da morte. Uma lágrima fria escorreu pelo seu rosto , não fez movimento algum, para que Joe não percebesse. Simplesmente deixou que a lágrima corresse e se desintegrasse no seu pescoço , deixando ali , apenas uma leve lembrança do que foi uma lágrima.
Já na calçada de casa , podia ouvir o ronco do motor do carro de Joe se afastando estrada a dentro .
........
A casa estava extremamente quieta , Tom tinha plantão aquela noite , foi até a cozinha, não se deu ao trabalho de acender a luz , foi em direção ao fogão e colocou um pouco de agua para esquentas , a luz da chama era a única coisa que iluminava o a cozinha. De olhos fechados e virada para o fogão , podia ver tudo, podia sentir os moveis , podia ver até onde a luz alcançava. Sentia o cheiro da madeira da mesa da sala , do ferro , do gelo , da chama . Podia ver as sombras das cadeiras , do lustre de tudo que a rodeava. A sombras foram se estreitando , cada vez mais e mais , até que tudo apagou. O chaleira apitava e a chama estava baixa. Sue levantou a cabeça e abriu os olhos , se aproximou da pia e olhou para a sala , ninguém . "Deve de ter sido um vento"pensou , mas sabia que não era , ela teria sentido a mais leve brisa. Devagar virou-se, e não teve tempo nem para respirar ou protestar. ele a segurou pela cintura e a pós conta o balcão , colocou a mão em sua nuca e segurou seus cabelos loiros. Colocou o nariz em seu pescoço e respirou fundo.
- Como posso viver sem isso , sem o seu cheiro , sem seus lábios - levou os seus lábios ao dela e por um breve momento eles se tocaram , Sue se desvenciliou - Como posso viver sem você?
Ela sentiu uma onda de luxuria tentando invadir seu corpo , ela riu ironicamente
- Saia da minha cabeça Kevin.
- Mas esta tão divertido - a onda estava mais forte
- Saia , da , minha , cabeça. - disse sue , mas dessa vez com autoridade
Ele sorriu
- Adoro quando fica brava , principalmente comigo - ela podia ver o sorrido de Kevin
- Saia
- A Sue , não estrague o momento
- Saia , por favor
- Diga que você não se sente tentada a mim! Diga .
- Kevin - ela estava ficando nervosa
- Diga que não se sente atraída pelo meu cheiro , diga que não se sente atraída por mim. Vamos.- dizia ele com uma voz tão macia quanto veludo
- Já mandei sair - ela não estava mais nervosa , ela estava irada
Sofie pulou e empurrou Kevin , parou em posição de ataque, fincou suas garras na beira do balcão e prendeu a mandíbula , e mostrou os dentes perfeitamente retos se transformarem numa mordia tão poderosa quanto a de um tigre. Com seus olhos vermelhos analisava Kevin ainda no ar , prestes a dar com tudo na mesa .
A mesa. Ela já teria que explicar a Tom as marcas de garras , mas uma mesa quebrada ?!!
ela suspendeu kevin no ar com tanta facilidade , que se assustou , colocou de pé no chão novamente.
Ele a observava pasmo.Ela desceu do balcão e se posicionou de pé , passou as mãos nos olhos fazendo-os voltar ao verde de sempre , recolheu as garras e escondeu as presas.
- Como você pode ter vivido sem mim não é - e começo a dar risada , dentre risos tentou falar - Como é? Diga que não se sente atraída por mim , pelas minhas garras e presas , pelos meus olhos demoníacos, diga! Vamos!
Ela não aguentava de tanto rir .
- Bom devo admitir que fiquei assustado , mas não mudei minha opinião sobre você- disse ele como se nada tivesse acontecido, ela parou de rir.
- Como assim ?
- Você continua tentadora , agora ainda mais , tão poderosa , tão , tão indescifravel. - Ele me observava com aqueles grandes olhos azuis escuro- Tão ...- ele lambeu os lábios.
Sofie sentiu a mesma onda de luxuria , só que mais devagar , como se kevin tivesse mudado de tatica.
- Kevin - disse sue e ele parou instantaniamente - O que você veio fazer aqui?
- Não sei , na verdade é como se você tivesse me chamado .
- Porque eu te chamaria ? E como ?
- Eu é que te pergunto
- Eu imaginei que precisasse de ajuda. - e ficou me observando , ele parecia mais serio agora
- É.. - ele se perdeu , ela precisava de ajuda
- Algum problema?
- Quem é Luci?
Ele ficou estático
- Como ? Como você sabe da Luci ?
- Por enquanto não sei nada dela , e vai ser você que vai me contar.
- Mas como ?
- Eu a vi ontem .
- Como assim , à viu ? Ela morreu à anos.
- Eu vejo fantasmas esqueceu ?
- Pelo que me lembro você vê auras.
- Bom.. - ela se esquecera que recebera os dons recentemente - mas agora vejo mortos.
- Deve ser bem interessante ver mortos , me diz....
- Não mude de assunto Kevin !
- Hunf , tudo bem , Luci, Luci, Luci. Bom , por onde começar ?
- Pelo começo talvez.
- Você é bem direta
- É preciso
- Tudo bem vamos começar do começo . Acho que não contei o que aconteceu depois que eu e Joe fugimos, e nem quando aconteceu.
- Pelo jeito a historia vai ser longa , vamos sentar .
- Bom Acho que parei na parte nos fugimos , isso foi a 50 anos

terça-feira, 9 de novembro de 2010

True colors

Entreabriu os olhos , e viu uma explosão de cores frias em sua frente. Era Joe.
Joe olhos em seus olhos e abriu um sorriso largo, e as cores ao seu redor começaram a a mudar , para tons mais vivos e coloridos. Os seus olhos sorriam, e deixavam os olhos azuis cada vez mais claros , puxando um tom de verde. Sue entreabriu os lábios, mas foi impedida de falar. Joe levou os dedos a sua boca, retirando-os e substituindo por seus lábios. Seus movimentos eram apurados, alivio, e de nesse cidade.
Afastou-se se Sue e sorriu , aliviado, Deu um suspiro e recompôs-se. Sentou-se novamente na cadeira posta ao lado da cama.
- Fiquei preocupado - disse ele segurando em sua mão, acariciando-a com o polegar.
- Foi tão horrível assim? - perguntou Sue , ainda desorientada
- E agora precisa ser horrível para me preocupar com você?
- Super protecção? Você é completo!
- Não o bastante para você. - disse soltando a sua mão - Não para você.
- Como assim? Você é o que eu preciso, você é o que eu quero , e você sabe disso! Do que você esta falando??- disse ela , buscando a mão de Joe novamente.
- Não fui bom o bastante para perceber que havia algo errado, não pude te proteger. - disse frustrado, levando as mãos a cabeça.
- Como você poderia me proteger de algo que só eu posso ver Joe? Você esta aqui , comigo, cuidando de mim , isso já é o bastante.
Ela levantou a cabeça, já estava mais consciente agora. Estava num quarto relativamente grande , com uma cama de casal , a qual estava deitada. Uma janela grande de vidro m, que parecia dar para uma varanda. Uma lareira e um quadro. Não consegui definir imagem que o quadro trazia. Mas sabia que era sombrio, assustador.
As paredes do quarto tinham um tom de azul escuro com um pouco de marrom. Rústico, essa era a palavra. Apoiou-se na cama para sentar-se. E pode ver que no chão do quarto haviam vários e vários livros espalhados em cima de um grande e aparentemente macio tapete, que ocupava quase metade do quarto.
Observava , fascinada , os detalhes. Sentia que podia ver cada grão de pó que flutuava no ar. Cada um com sua cor , iluminados pela luz que entrava pela janela. Desceu a cabeça para observar os grãos de pó caindo em suas mãos. Vazias . Sem as mãos de Joe. Sentiu frio.
Levantou a cabeça, com as mãos deu um impulso para trás. Batendo a cabeça na parede.
Joe , que ainda estava ali, olhou assustado, mas não entendeu o que estava acontecendo.
Sue, com os olhos fixados naquela criatura, recuperava a respiração. Um espírito.
Uma mulher de meia idade , quase que transparente, de cabelos longos e lisos , perfeitamente arrumados. estava vestindo um vestido de baile , aparentemente preto. Ela tinha os olhos presos em Joe, como se estivesse buscando uma resposta. De repente , como se o vento tivesse invadido o quarto pela janela fechada, a mulher dissolveu-se diante e seus olhos.
Sofie buscou Joe, que ja parecia observa-la a tempos.
- Joe . - disse melosamente evolvendo seus joelhos com os braços - Onde estou querido ?
- Esta no meu quarto , querida! - disse, subiu na cama e abraçou Sue, que descansou sua cabeça no ombro de Joe. O calor voltou.
Tentava passar o filme na sua cabaça o que tinha acontecido naquela manhã, mas em nenhumas das memorias , cogitou o fato de ter ido para a casa de Joe.
- Como ... Porque ... Como eu cheguei aqui?
- Bom... parece que você é um pouco mais poderosa do que me contou . - disse em meio de uma risada.
- Meu Deus , o que aconteceu?
- Bom , acredito que ninguém tenha visto você desmaiar.
- Como assim ?
- Você simplesmente parou tudo , e se deslocou pra fora da sala .
- Como assim , parei tudo?
- Sim, você.. foi como se ...- ele buscou as palavras - foi como se você tivesse parado o tempo por alguns segundos. E de repente você sumiu. De certa forma , sabia onde você estava. Te achei caída no lado de fora da sala. Quando te toquei , a única coisa que pensei era em te levar para um lugar seguro... pensei em te levar para a minha casa. e você me trouxe até aqui. Quase que simultaniamente ao meu pensamento.
- Quem era aquela mulher? A que estava te olhando agora a pouco?
- Mulher? Do que esta falando querida?
Como num impulso , Sofie tocou o rosto de Joe , fazendo-o ver , a mulher , como se pudesse passar as imagens para mente de Joe.
Joe a observava pasmo, mas ela sabia que não era por causa do novo dom de Sue , mas sim , porque ele reconhecera a mulher.
- Joe? Quem é?
- Luci - ele olhou aterrorizado para Sofie, ela soube , ela não era apenas um fantasma.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

The next

Joe segurava a mão de Sue com força enquanto a levava para o almoço. As pessoas do corredor se afastavam e comentavam o novo casal , cochichavam pelos cantos, alguns pasmavam. A garota esquisitona estava com o cara novo e bonitão? Só podia ser brincadeira.
Kevin os esperava na mesa com um sorrido nervoso, Amy e Jack estavam ao seu lado conversando distraidamente.
-Sofie ,aqui amiga - ela parou e observou Joe - e pode trazer seu amiguinho também.- mas ela já sabia o que estava acontecendo .
Sofie se sentou e Joe ficou ao seu lado encarando Kevin , o silencio predominou a mesa, até que Sofie entendeu, Joe e Kevin estavam conversando.
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-"Você acha mesmo que a ganhou dessa vez não é meu maninho"
-"Não precisei conquistar ninguém, quem me chamou foi ela, e você sabe muito bem disso."
-"Sei, mas sei também que ela muda de ideia muito rápido"
-"Você não desiste mesmo não é ??"
-"Não enquanto ainda estiver no jogo"
-"Isso não é um jogo"
-"Que pena , porque já fiz minhas apostas."
-"Ela não é um trofel"
-"Não é mesmo, você não entende não é, enquanto você alimenta esse amor doentio por ela , eu sigo a minha lógica , se eu ficar com ela não terei que machucar ninguém, você não concorda??Seria melhor para todos, sem fome , sem mortes."
-"Seria melhor para todos sim , menos para ela."
-"Não coloque palavras na boca de Sue maninho."
-"Até onde eu si o 'eu te amo'saiu da boca dela ontem"
-"O que aconteceu ontem?"
-"O que aconteceu é que agora estamos juntos, e não será você que ira separar"
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O rosto de Kevin empalideceu, Sofie observava calmamente o desespero nos olhos dele, ela já sabia o que estava acontecendo. Joe tinha contado.
O sinal bateu e Sofie foi a primeira a sair acompanhada sempre se Joe
-O que vocês estavam... -mas foi interrompida .
Ficou paralisada por alguns segundos e podia ver sombras costeando o corredor do colégio, como mão negras elas agarravam os armários e tomavam conta de qualquer claridade. O medo assolou sua mente, algo de errado estava acontecendo. As sombras a envolvia , fazendo seu corpo esfriar como , como... como a morte. Um alerta de perigo piscou em sua mente.
Joe apertou sua mão com força ,ela balançou a cabeça como se nada tivesse acontecido e continuou andando. Não pode evitar que suas mãos tremessem , fazendo Joe perceber que aquilo não fora um crise de ausência , e sim algo muito mais preocupante.
Sentaram-se nas carteiras e esperaram em silencio o professor de Inglês.
Mas quem entrou na sala não foi o velho professor careca de óculos , mas sim um cara alto loiro e de olhos negros, aparentava sr muito jovem , jovem demais para ser professor . Ele poderia ser um professor Deus pra qualquer menina da sala , menos para Sofie. E não era pelo fato dela ter um namorado perfeito ao seu lado. Mas porque envolta daquele homem havia uma aura negra e sombria, que faziam os dentes de Sofie rangerem, e suas mãos tremerem, a aura ia ficando maior , até que estourou cobrindo a sala de cinza, as carteiras , as paredes , só podia ver os alunos e suas auras coloridas, o resto era escuridão, e fazia frio. Era uma escuridão que só ela podia ver, uma tristeza que só ela sentia , a boca do professor se moveu:
-Ola turma , sou seu novo professor de Inglês . E meu nome é Silan
O nome ecoava na cabeça de Sofie , fazendo-a sentir enjoo
-Silan - algo repetia sombriamente no fundo da sala , era uma voz fria e seca - Sofie , sei que esta ai!!
A ultima coisa que ela ouviu foi a voz de Joe gritando seu nome , ela avia desmaiado novamente.
De quem era aquela voz ? Ela não queria saber.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Respire mais um pouco

Já era tarde , deitada na sua cama , olhava os flocos de neve , perfeitamente desenhados , tocando a sua janela . Estava presa no seu quarto a uma semana , sua perna estava amortecida e a impedia de andar . O braço já quase curado , tentava se mexer inconscientemente. Estava sozinha essa semana . Sem visitas , sem nada .Sabia que em pouco tempo isso mudaria, se curava super rápido, já tinha até se livrado do gesso.
Oscilava o olhar , pela janela , e pelo seu quadro de anotações . isso não fazia sentido. Era o sintoma da solidão. Tinha se acostumado a viver em grupo . Gostava de ter amigos . Em fim se dera conta disso.
Seus olhos começaram a pesar, era como se o chão atraísse seu corpo. Afundou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos, e deixou-se cair no sono por alguns segundos . Quando abriu os olhos , viu o quarto cheio de rosas vermelhas , tulipas laranjas e orquídeas brancas . Uma visão perfeita. Ela sabia o que era :
-Joe? -chamou na esperança que fosse verdade - Joe ?!- chamou pela segunda vez.
O silencio assolava o quarto , e a dor de estômago tomou conta de seu corpo, agora tão frágil. Os olhos pesavam novamente ...
-Estou aqui Sue- disse uma voz suave e angelical - sempre estarei aqui.
-Joe ?- uma lágrima saia de seus olhos , que procuravam a imagem de Joe pelo quarto
- Estou aqui , não precisa ter medo de mim , não vou te machucar.
-Não tenho medo , onde você esta ? Por favor - lágrimas de desespero rolavam no seu rosto branco- Por favor.
O desespero fez com que ela se levantasse e corresse para a janela , mas no terceiro passo , sua perna não aguentou , e ela viu-se caindo em direcção ao chão.Mas antes que pudesse sentir o toque brusco do seu corpo contra o piso , alguém a segurou e a puxou para cima . Olhou para cima e viu a imagem que tanto buscava. Joe
- Joe, fique , não vá embora nunca mais ... - aos prantos abraçava Joe com tal intensidade , que nem ela poderia explicar.
Ele levou os braços à cintura dela a pegando no colo a a levando para a cama. Deitou-a e sentou ao seu lado , segurando a sua mão.
-Nunca mais , a não ser que você queira .
-Não me venha com frases clichés , você vai ficar , é uma ordem, um pedido , por -sua voz falhou, os lábio de Joe buscavam os dela , apurados , como num pedido de redenção, um pedido de socorro.
Apoiou-se encima dela a abraçando-a , e beijando a com cada vez mais força e desespero. Ela não tinha forças para parar , ela não queria parar , queria mais. Sentia o fogo na sua garganta querendo sair. Ele deixava os lábios escorregarem em seu pescoço , fazendo-a sentir arrepios contínuos de prazer. Sofie sentia o corpo quente de Joe tocando o dela , com delicadeza, como se fossem um só. Sue sentia suas mãos suarem e tremerem . Abriu os olhos por um segundo e viu a imagem mais inusitada e perfeita. Luzes de todas as cores irradiavam do corpo de Joe, numa intensidade surpreendente. Tudo nele tinha intensidade , tudo. Ele era o homem perfeito.
Ela ficou em estado de choque , observava a beleza de Joe paralisada . Nada mais nela se movia, nem as mãos , os olhos , nem mesmo os lábios. Sua boca paralisou entreaberta . Joe parou e levantou a cabeça , tirando uma mecha castanha do rosto e colocando-a a traz da orelha.
Fitou-a assustado, Sue não se mexia , mal respirava. Saiu de cima dela , mas nada adiantou, apenas seus olhos verdes o seguiam , sem nenhum movimento. Um leve suspiro seria um movimento brusco.
- Sue ?- disse Joe temeroso- Sue? - sua face transparecia o desespero, Sue não entendia , mas continuou olhando
Joe sentou-se na cama e levou as mãos ao cabelo, demonstrando o desespero
- O que eu fiz , o que eu fiz... - resmungava - eu a matei ?? O que eu fiz meu Deus, o que eu fiz ??
Levantou a cabeça e deu um pulo , movendo-se alguns centímetros na cama . Sofie estava agachada na sua frente , o olhando . Agora quem estava paralisado era Joe , como ela tinha feito aquilo , era impossível , a não ser que... a não sr que Kevin estivesse dizendo a verdade .
Sofie virou a cabeça , num ato de incompreensão.
- Porque esta tão assustado ??- perguntou com a voz leve e controlada - Esta com medo ?
- É que ... er...- do que ele estava com medo , era Sue , a Sue que ele conhecia ainda estava ali - É que eu não sabia ...!!
Sofie estava agora na Janela , erecta , sem fracturas , curada , como se nada tivesse acontecido. Virou-se pra Joe , que ainda estava sentado na cama.
- O que você fez ?? Matou quem ?? - olhava para ele , e piscava os dois grandes olhos verdes , iluminados pela neve.
Ele se levantou e foi em direcção a ela , que recuou um passo para traz.
-O que você fez.
-Nada , eu pensei que tinha feito, pensei que tinha te matado - olhava para ela admirado.
Como ele tinha deixado passar os olhos daquela garota , tão perfeitos , tão meigos. Pareciam o oceano, pareciam puxa-lo. Ela era o anjo do seu pesadelo, era a melhor coisa que tinha acontecido na vida dele. Ele a queria mais que tudo , mais que a própria vida , mais que a eternidade. Ela era a menina dos olhos dele , era tudo que ele queria e tudo que ele nunca poderia ter.
- Eu te amo - disse ele baixinho , mas ela escutou e sorriu. - Eu te amo.
- Eu te amo também , te amo - disse ela avançando-o
Ele afundou o queixo nos seus cabelos loiros , sentindo o seu perfume. As cores que irradiavam do corpo de Joe a envolveram , como se fossem um corpo só.
-Eu te amo - ele nunca cansaria de dizer isso.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Vaga-lumes

Era um lugar bom . Não era quente mas não era frio. Ela estava finalmente com quem queria estar, estava feliz com ele ali. Seus braços a seguravam, e sua cabeça se apoiava na dela. Podia ouvir sua respiração suave , brincando com seus cabelos , sentia seu sorriso de satisfação. Os dois eram iguais , não havia mais segredos. O vento acariciava seus corpos, numa sonolência sombria . Arrepios frios subiam e desciam a nuca de Sofie. Suas mãos se entrelaçavam em sua barriga , Brincando com seus dedos. Como as mão dele eram quentes. O seu corpo era atraente, perfeito para um dia de frio. Seu moletom vermelho por baixo de um cinza o deixavam com um toque divertido, e ao mesmo tempo elegante e sexy. Ele era perfeito, gentil , amoroso, romântico.
A meia luz , olhavam o céu cheio de estrelas , como milhares de vaga-lumes os vigiando, todos brilhavam e dançavam , ela não sabia se eram estrelas ou...
Virou-se para Joe , levando as mãos frias ao seu rosto quente. Ele deu aquele sorriso de canto que ela amava. Ficou nas pontas dos pés , para alcançar seus lábios. Ele passou os braços na sua cintura e a levantou , apertando-a contra seu corpo.Ela adorava isso . Os lábios inferiores se tocaram, Sofie jogou a cabeça para traz com a boca entre aberta, sentindo os lábios de Joe tocarem o seu ombro, subindo pelo pescoço, deslizando pelo queixo, encostando o lábio superior no inferior dela , puxando-o com uma mordida. Com uma ansiedade repentina Sofie acompanhou o movimento suave , até se entregar ao beijo , que agora acrescentava um toque de malícia e provocação.
-Que casal lindo - disse uma voz - Parece que meu beijo não foi bom o bastante!! Porque veio atrás do meu maninho? Pensei que tinha gostado do nosso encontro , posso fazer bem melhor , acredite.
Sofie virou-se e viu Kevin encostado numa árvore com cara de deboche.
- O que você quer??
- É simples , você!
Uma dor repentina atingiu o braço de Sofie , Joe estava tão longe quanto Kevin , perdeu o equilíbrio e caiu, sua perna sangrava, olhou pra Joe , que estava mais longe , o céu estava escuro , os vaga-lumes tinham sumido , apagado.
Abriu os olhos e pode ver o que estava acontecendo , foi tudo um sonho. Agora Tom a segurava no colo e corria para o carro. Sentia a perna dolorida e já não sentia o braço.
Tom a colocou dentro do carro, pegou o celular e disse :
-Estou indo para o hospital.
Sofie já tinha apagado de novo.

....

A claridade machucava seus olhos, como se pegassem fogo, sentia o calor nas suas pernas e um peso em seu braço direito. O ar era pesado e cheirava a álcool e aguá, barulhos de rodinhas e gritos faziam seus ouvidos doerem. Algumas almas mortas perambulavam o quarto branco, algumas pediam silencio , outras riam , algumas choravam. Tentou pela segunda vez abrir os olhos , mas se arrependeu, as luzes fortes do hospital faziam seus olhos doerem. Tentou levar as mãos ao rosto, mas pode sentir a agulha tentar rasgar sua veia e soltar de sua mão fria. Abriu a boca e pediu ajuda , mas o som que saiu mais parecia um gemido angustiado.
O barulho da porta se abrindo a deixou um pouco animada , podia ser Tom , ela acertara:
- Graças a Deus você acordou querida , já estava ficando preocupado , você esta dormindo a uma semana ...
"Uma semana??" pensou Sofie.
-O que aconteceu?? - tentou dizer
-É isso que eu quero saber , achei você deitada em baixo da neve à alguns dias. Como você foi parar lá mocinha??
- Eu...- ela não podia contar - Eu não sei.
-Muito bem então, mas você recebera alta hoje mesmo. Esta sentindo alguma dor? Você se recupera muito rápido, seu braço esta quase cicatrizado, em só uma semana . Você sempre me surpreendendo ,não?!
- O que que eu quebrei desta vez??- disse , um pouco mais lúcida
- Quebrou seu braço direito e a perna, mas nada que possa ser resolvido. Fico me perguntando como você quebrou. Só se você tivesse caído do telhado!!- disse rindo , claro que cair do telhado seria impossível , pelo menos na visão de Tom
Ela sorriu mas logo tirou o sorriso do rosto com um comentário final.
- Recebeu visitas viu!!- disse ele radiante , como se aquilo fosse um tipo de milagre.
- Amy e Jack vieram - é claro que eles vieram , eram os únicos amigos de Sue - E dois rapazes apareceram !!
- Como??
- Um tal de Joe e Kevin , acho que é isso. Disseram ser seus amigos , acho ótimo você estar fazendo amigos. Por sinal aquele Joe parece estar afim de você, não tirou os olhos de você enquanto esteve aqui ....
Ela não escutava mais nada , a imagem de Joe tinha tomado a sua mente , mesmo sabendo tudo o que sabia , ela tinha que admitir. Estava loucamente apaixonada por ele. Desde que tinha conhecido Joe se sentiu atraída , agora via como sua vida não fazia sentido sem ele.
- Tom , é normal se sentir uma idiota quando esta apaixonada ??
Tom parou de falar repentinamente e olhou para ela com os olhos meigos de sempre . Ela sentia confiança em falar dessas coisas com Tom , ele parecia entende-la, como...como...como um irmão.
- Apaixonada ??
Sofie corou, Tom não precisou dizer nada . os dois começaram a rir. Ela adorava isso em Tom , ele não precisava de palavras pra dizer o que pensava. Ficaram um bom tempo naquela cena divertida , compreenciva e ao mesmo tempo constrangedora.
Em fim , ela deixaria passar o fato de Joe ser um monstro como ela , ela simplesmente deixaria passar....

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Verdade indecisa

- Nos não sabemos como acontece , nem o porque , simplesmente aconteceu!! Quando eu tinha 2 anos e ele 3 , perdemos nossos pais num incêndio, nos dois fomos o que sobrou, só que alguns anos depois algumas coisas começaram a acontecer .
"Meu maninho aqui descobriu que podia hipnotizar as pessoas e que podia correr muito rápido, fugiu do orfanato e me levou junto . Um ano se passou e aconteceu o mesmo comigo , mas eu podia materializar qualquer coisa , e ler pensamentos."
- Qual é a parte monstruosa ??- perguntou Sofie
-A parte monstruosa - disse Kevin- è que quando completamos 17 anos , percebemos que não comíamos mais , nem dormíamos. E que sentíamos fome quando estávamos perto de pessoas. Até que aconteceu, primeiro comigo , depois com Joe , ataquei uma mulher de 30 e poucos anos , sugando a alma dela - a bile subiu a garganta de Sue , mas ela a engoliu - descobrimos que tínhamos que nos alimentar de almas .
- Os anos se passaram - completou Joe - as pessoas foram envelhecendo , menos nos dois . Fugimos de nossa cidade antes que os outros perceberem. Até que chegamos aqui.
"Ao entrarmos na cidade percebemos algo diferente , que estranhamente nos atraiu a você."
- A fome passa, o sono aparece , voltamos a ser normais depois que te conhecemos .
- Isso é jeito de falar cara?
- É o seguinte Sue , eu sou o mausão da historia e ele é o mocinho, o fato é que nós dois somos matadores, que peninha - disse com ironia nos olhos e na voz , aparentemente Kevin estava se divertindo com a situação
- Mas, vocês são irmãos ? O que eu tenho a ver com a historia ?
- Na verdade nada . - disse Joe olhando para o irmão.
- Claro que tem a ver , ela é como nós maninho - disse , agora sem sentimento nos olhos , com raiva na voz fria. - muito mais poderosa , não é Sofie?
- Do que ele esta falando , Sofie?
- Porque eu devo explicações a vocês, eu mal os conheço!!
Disse isso dando um murro na areia , levantando-se e correndo em direcção a calçada. Olhou para traz e viu Joe e Kevin a observando . Kevin com cara de satisfação , tinha entregado o seu segredo, Joe não tinha uma expressão que pudesse ser explicada , uma mistura de duvida e de compreensão . Sofie virou o rosto e continuou , agora andando. Entrou num café a bera mar , e desapareceu , precisava pensar , mas onde ??

...........

No telhado de casa , via os flocos de neve caírem sobre sua mão estendida . Digeria cada palavra do que acabara de ouvir , perguntava-se quem era , e o que eles eram. Não teria coragem de sair dali, não deixaria Tom por puro medo , ou deixaria . O céu girava sobre a sua cabeça e a noite já estava caindo , tudo passara tão rápido que mal percebera o horário. O céu girava cada vez mais rápido e rápido e rápido....Tentou apoiar-se, sorteou justo a telha solta e despenhou do sobrado. Tentou sair dali mas não conseguiu . Sentiu o telhado sumir , nada tocava mais o seu corpo. Não tinha forças para gritar , nem para respirar . Sentiu o baque contra a neve fria , com as forças que ainda lhe restavam agarrou os joelhos e ficou ali , sentia o braço dolorido e não conseguia se mexer. Apenas ficaria ali até que alguém a encontrasse , talvez Tom fosse regar as flore . Não, não iria era inverno. Ficaria ali até sentirem sua falta ...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lagrimas de sangue

Abraçava a sacolinha cada vez mais forte , afrouxando o braço para analisar a caixa marrom perfeitamente desenhada no couro. Presa naquele momento que mal ela entendia , não teve ouvidos para perceber que Tom havia acordado. Quando deu por si , Tomas já estava na porta , torcendo a fechadura do seu quarto. Sofie só pode sentir o corpo deixando a cama e o óculos , e de cair em algo húmido e gelado
Levantou-se rapidamente , batendo as mãos na roupa , tentando se secar. Olhou em volta , para identifica o local.Girava em torno de si mesma , analisando a grama alta , e um velho carvalho . Nos seus pés , um monte de galhos secos , que caiam da árvore com frequência. O lugar tinha um ar pesado e sombrio , o vento batia em seu cabelo , fazendo-a tremer . O ar húmido e cheiro de flore mortas a deixavam consolada , leve , apesar do ar rarefeito .A garoa cobria seu cabelo longo , agora sem o capuz , fazendo um véu transparente.
Deu seu primeiro passo para fora do monte de galhos . Foi em direcção de um banco branco e precariamente encostado no carvalho. Foi até ele e sentou-se , ao olhar para baixo , sem surpresas , descobriu onde estava.
Na lapide baixa e coberta de um pigmento verde, mas ainda era possível ver algumas letras apagadas.
O lugar não a assustava , ela tinha medo realmente era dos vivos, os mortos não a incomodavam. Apertava os olhos tentando enxergar a escritura. Com uma folha , limpou o musgo , conseguindo ver alguma coisa:

"Nara W. - dos seus filhos saudades"

-Mais alguém como eu, como se isso me fizesse sentir melhor ...- disse dando um sorriso debochado
-Minha mãe - disse uma voz - Nara Wood.
Sofie virou-se para o lado e viu Joe , o sentimento foi de carência , compaixão ,se sentiu feliz por vê-lo , mas a compreensão que tinha sobre não ter uma mãe substituiu , qualquer felicidade . Aquele homem que ela estava vendo agora , não era o mesmo que conhecera , ele estava triste , como ela , isso era compreencivel.
- Sua mãe ?! - perguntou do jeito mais doce possível .
-Sim , minha mãe. -sentou-se ao lado dela - Sinto falta dela , isso é muito idiota??
- Claro que não é idiota , também sinto falta dos meus pais , é comum sentir falta de quem amamos! - levou as mãos às dele , e encostou a cabeça em seu ombro.
Sentiu uma lágrima cair do rosto de Joe, escorrendo para o seu , ali percebeu , se se sente falta de quem se ama , porque ela sentira falta dele sem ao menos saber se ele era real ?Porque?

.......

Algum tempo se passou daquele momento, Joe levantou-se , puxando-a pelas mãos , ela mal sentia suas mão , eram leves e delicadas.
- Vamos sair deste lugar - disse Joe , Sofie não precisou dizer nada , já estava andando .
Algo então ardeu em sua garganta , o beijo , já havia esquecido. Era como se houvesse fogo em sua língua . Não pode evitar uma careta . Joe percebeu.
-O que acontece Sue? - Sue seria um apelido legal , pensou Sofie
- O que ?? Ah, nada não, só estava lembrando de umas coisas que ... não importa.
- Importa sim , o que foi? - tinha autoridade nos olhos , mas doçura na voz.
- É apenas um cara que eu conheci hoje, ele foi um pouco grosso , só isso.- ela não queria falar sobre isso agora, ele percebeu , mas ela se sentia obrigada a falar - Um tal de Kevin...
Não teve tempo de terminar a frase .
- Entendi, você já conheceu meu querido irmão. O que ele aprontou desta vez?
- Nada ...- ela precisava contar - ele me beijou . - fez uma careta como se fosse receber uma bronca. Mas ela não veio
- Ele tem o péssimo habito de fazer isso com as pessoas , por uma acaso você sentiu algo a dominado ??
Era sobre isso que eu ia perguntar , ele tem algum poder sobre as pessoas , pude sentir.
- Acho que terei que esclarecer algumas coisas ...- ele foi interrompido por palmas , Kevin estava ali.
- Que romântico o casal, esclarecer o que meu irmão?
- Por enquanto , nada .
- Você sempre rouba o que me pertence maninho- disse Kevin com raiva na voz
- Ela não lhe pertence.Não pertence a ninguém. Ela não é um troféu.
- Não ela não é um troféu, ela é melhor , e muito mais talentosa do que isso , seria uma otima parceira.
- Mas do que vocês estão falando??- Disse Sofie , quase gritando.
Os dois pararam e olharam para ela .
- Desculpe-nos, vamos explicar tudo...
- Cale a boca Joe , você esta no século 21 , seja mais directo.
- Mas poxa vida , do que vocês estão falando ??
- É que nos somos uma espécie de - tentou explicar educadamente mas foi interrompido por Kevin.
- Somos monstros , é isso que somos.
- Não é bem assim
- Conte para ela , conte logo , vamos , esclareça as coisas , vamos - exigia Kevin
- Tudo bem , não sabemos como aconteceu , e nem se existem mais de nos por ai.
- Lógico que existe , você esta olhando para ela .
- Não me interrompa, vou contar a historia , mas vamos sair daqui primeiro.
Foram para o carro de Joe, em direcção à praia . Estava deserta e fria . Sóbria.

domingo, 23 de maio de 2010

Terreo

" Quem era era Kevin? Ele lembra muito o Joe ! Joe é real ? Será que foi mesmo um sonho , ou foi real?" As perguntas latejavam em sua cabeça , e a deixavam tonta.
Kevin era tão bonito quanto Joe,, seus olhos azuis escuro, quase negros, boca avermelhada , cabelos claros e curtos, levemente espetado nas pontas. Ele a observava , mordendo o lábio inferior , misturando um sorriso malicioso.
- Como sabia que eu viria ? Eu te conheço ?
-A minha cara , desde que cheguei na cidade venho te observando!
- Como assim , me observando? Quem você é pra sair observando os outros assim? e...
Ele a interrompeu
- No meu primeiro dia na cidade ,eu e meu irmão fomos a um restaurante, você estava lá , você não lembra de mim ?- pensou por um segundo- claro que não , fomos embora antes ...Garçom incompetente... - Ela ainda guardava o guardanapo na bolsa.
Kevin se levantou , ficando frente a frente com Sofie .Encostou a testa na dela , e passou os braços em sua cintura, puxando-a par perto de seu corpo.
Sofie , com os olhos entre abertos ,e sem reacção , sentia o respirar regular de Kevin , e senti seu perfume de canela. Queria sair dali , mas não conseguia , suas pernas a impediam , não a obedeciam. Levou as mãos aos ombros dele , dando soquinhos , tentando se livrar , mas parecia não ter mais forças.
Kevin sorria maliciosamente, encostando o nariz no ela , tocando os lábios dela com a ponta da língua . Fazendo-a sentir um arrepio na nuca. Ele acariciava o lábio superior dela com a língua. As pernas dela temeram.
O beijo começou a ficar mais forte , mais intenso , ele a beija com força e calorosamente , ela não tentara fugir nem se desvinciliar. Já havia se entregado ao beijo.Tinha um gosto de perigo , podia sentir a adrenalina circular em suas veias. Sofie passou os braços pelo pescoço de Kevin deixando-os repousar ali.
O beijo era cada vez mais forte , mais intenso , quente , mas começou a ficar amargo, como se a adrenalina acabasse. Em sua cabeça o sonho passava como num filme , a imagem de Joe a fez parar de movimentar os lábios . Sentiu no peito uma ferida se abrir, a ferida voltara e...
-Os óculos!!- disse , empurrando Kevin e correndo para a porta.
-Volte aqui!- deixe meu irmão de lado.
Ela parou de rrepente .
-Irmão?- e olhou nos olhos dele.
-Sim ,pelo jeito você já conheceu Joe não?!- os olhos dele estavam negros como uma noite de inverno , impenetráveis .
- Como você..?
-Não é fácil entrar em seus pensamentos , mas eu consegui!
"Pensamentos? Mas como?"pensava Sofie. Se deu conta que não era o único monstro ali. Pensou em estar em casa , quando começou a ver a sala ficando par traz, ainda podia enxergar os olhos de Kevin , as veias saltavam de seu pescoço , e seu grito silencioso a dava agonia. Sofie fechou os olhos , como podia ter beijado um monstro? Mas afinal ela também era um ! Estava confusa . Mas tinha parte de sua mente focada nos óculos.

. . . .

Já estava a meia hora procurando os óculos , mas por enquanto nada . Exausta , foi para o quarto , e jogou-se na cama.
Tentava esquecer o maldito beijo , mas o fogo ainda estava em seus lábios.Como ela tinha deixado ele a beijar ?Porque se sentia hipnotizada por ele. Se sentia fraca. Tentava lembrar o porque ficar daquele jeito, mas nada vinha em sua mente . Só sabia que sairá de 'transe' quando pensou em Joe. Porque pensava nele assim se mal o conhecia. Lembrou-se das caretas que ele fazia pra ela, e como foi feliz naquele momento , como se ...
-Aiii...como se eu pudesse voar!!- falou baixinho.
Olhou para uma boneca de pano, Polly , era o nome dela . A boneca era como Sofie , era a única coisa que sobreviveu ao entendio.Polly ainda tinha as pontas dos cabelos loiros queimados pela chame recem apagada .
-Ahh Polly , como alguém pode viver a minha vida em, nem eu mereço tudo isso!- a boneca tinha a cabeça voltada para o travesseiro , Sofie notou isso - Hey , não te deixei assim ontem a noite?!!
Ajeitou a boneca e voltou aos seus pensamentos, como se sentia tola ao falar com uma boneca. Mas isso não a deixaria mais louca. Pensando isso agarrou o travesseiro , parando seu movimento ao ouvir o barulho de papelão rasgando. Sentou-se na cama e foi ver o que era . Era a sacolinha do seu sonho .Sonho que agora era realidade, dentro dela estava a capinha do óculos. Junto um bilhete .
"Tive que ir embora , emergencia . Não quis te acordar , nos vemos na escola. Ass : Joe"
- Polly ele existe, ele existe - levou as mãos a boca - psiu Polly, Tom esta em casa , ele pode acordar- ela estava brigando com uma boneca , mas isso não importava , deitou-se na cama , abraçando a sacolinha com toda a força, pensava e dizia baixinho- Foi real!!
Sofie sorriu , sentiu a ferida fechar novamente.
-Te vejo na escola , Joe , te vejo na escola- fechou os olhos e sorriu.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sem titulo

Acordara no chão da sala algumas horas depois , com o barulho da porta batendo , seu irmão chegara . Então já devia ser de manhã , levantou , mas Tom a viu primeiro:
- O que você faz dormindo ai ?
- Nada não , eu devo ter...- ela não lembrava nem da metade do que tinha acontecido até parecia - Um sonho...
Subira até o quarto para se trocar , a mesma roupa de sempre , All star* calça jeans , moletom , capuz, e óculos . Pegou um óculos velho , que ficava guardado no fundo na gaveta , para emergências.
Pegou o carro e foi para a escola, tudo estava bem , até quando ela enxergou a primeira ponta do prédio, um frio na barriga a tomou conta dela . Estacionou o carro e saiu de cabeça baixa. Tudo estava normal , normal demais ..
. . . .

Estranhamente não conseguia parar de pensar no sonho , não conseguia manter o foco em nada. Vozes vinham de todos os lados, imagens dançavam no ar num show de exibicionismo. Mas seus ouvidos, olhos e mente estavam em outro lugar.
Buscava um ponto fixo no meio do quadro, mas tentava se lembrar de algum detalhe, recapitulava tudo em sua mente, mas só se lembrava de rir muito, e de se sentir muito bem! Joe esse era o nome dele , o sonho mais lindo da vida de Sofie !
Num segundo de descuido, bateu a mão na mesa , deixando cair o óculos . Mas antes que chegasse no chão , usou os poderes para se mais rápida e pegou-o no ar. Olhou a sala pelo canto do olho , ninguém parecia ter visto nada . Voltou a postura normal , e deparou-se com Jesse estatizada , com o olhar preso em Sofie.
- Como você fez isso- disse erguendo o som da voz - Como você fez isso Sofie!?- será que ela tinha visto - Ai meu Deus , você é um monstro!!- sim ela tinha visto
Sofie , quase que por extinto fixou seus olhos nos de Jesse , podia ver no reflexo dos olhos dela , seus olhos vermelhos. E se ela fosse mesmo um monstro , bom , agora já era tarde. Sofie se sentia um monstro ali , com seus olhos vermelhos fogo sussurrando par Jesse:
- Você não viu nada! - ergueu o tom de voz , você s não viram nada!
Sem tirar os olhos de Jesse , recolheu os materiais e sumiu dali . Reapareceu no corredor. Terminou de guardar os cadernos na mochila e concentrou-se para ir para casa . Mas a secretaria apareceu:
- Hey mocinha , que esta fazendo fora de sala a essa hora ?
Sofie pensou rápido, colocou as mão sobre a barriga e disse manhosa
- Enfermaria...
Não era preciso dizer mais nada . essa era a vantagem de ser uma adolescente , propicia a colicas . Era até surpreendente o quanto as pessoas mudavam o seu jeito de agir nessas situações.
A secretaria deixou-a dentro da enfermaria , cara a cara com a enfermeira. Sofie tinha um certo pavor de qualquer funcionário do ramo da medicina desde o acidente . Podia sentir no fundo do peito o choque rasgando seu peito:
- O que esta sentindo querida ?
"No momento muita dor", queria dizer Sofie :
- Só não estou muito bem ...
-Fique um pouco ali naquela salinha no corredor , e tome um chá para ver de melhora !!- disse isso com um sorriso e apontou para porta da velha sala de reforços .
Na sala , varias cadeiras , janelas fechadas e com uma luz muito fraca . Estava vazia , salvo por alguém , debruçado na carteira no fundo da sala. Sentiu sensação ruim novamente ,mas ela era diferente, tinha gosto de perigo...
Sobre ele uma aura azul marinho fininha , quase imperseptivel,mas também sombria , quase como se estivesse morta , sem vida .
Foi atraída a ele , como que por impulso o cutucou:
- Esta tudo bem ? - perguntou delicadamente
- Sofie ? É você?!
- Sim sou eu, quem é você?
- Sim é você , reconheceria seu perfume em qualquer lugar. - levantou a cabeça - Eu estava te esperando...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

É tudo questão de moda

Sozinha no jantar , como de costume , apreciava a musica que o vento criava , fechava por alguns instantes os seus olhos e podia ouvir os galhos cutucando sua janela , como se quisessem abrigo.Remexia o seu jantar , no caso , macarrão instantâneo.À meia luz , via o quadro bem emoldurado na parede da cozinha , nele estavam ela , Tom e Mary , esposa de Tom , ela estava usando um vestido se cetim azul marinho , a foto fora tirada no dia da sua adoção , um dos últimos dias felizes de sua vida...

Começou a comer , já não sentia gosto de nada, nada tinha gosto , mas queria continuar comendo . A segunda garfada , ouve um barulho vindo da porta , que vai crescendo em seus ouvidos , a campainha. Não queria sair dali para atender , queria continuar na cadeira aquecida , sem fazer movimentos bruscos , mas a campainha insistia em tocar. Foi obrigada a se levantar , aumentar a intensidade da luz . Espiando pelo olho magico tentava olhar quem estava no lado de fora , só o que podia ver era uma pequena sacolinha branca , nada mais , estava muito escuro e a figura já embaçada que segurava a sacola não parava de se mexer.Entre abriu a porta:

- Quem é ?

- Oi , meu nome é Jonas Wood, mas pode me chamar de Joe! Acho que isso é seu... - entregou-lhe o sacolinha , estranhamente Sofie estendeu as mãos , com uma confiança que a assustava. Apanhou o embrulho com delicadeza, e olhou para quem estava na porta.Ainda não conseguia enxergar com precisão. Uma voz em sua mente dizia"Convide-o para entrar ".
-Éhh... quer entrar? - a fixa caiu, ela havia convidado um estranho para dentro de casa
- Claro , se não for incomodo- respondeu , com os lábios tremendo , por causa do frio
-Imagina , entre! - já era meio tarde para despacha-lo, mas porque se preocupar, poderia se defender muito bem se precisasse.
Fechando a porta, virou-se para seu visitante.E em um momento que nem ela poderia contar quanto durou. Estática em frente de Joe , se sentia hipnotizada.
Alto, com cabelos castanhos escuro na altura dos ombros, molhados por causa da chuva. Uma blusa preta degola alta preta,coberta por uma jaqueta de couro preta. Nariz perfeitamente alinhado , lábios desenhados, formavam um sorriso debochado , que meio de canto ,repuxando o nariz. E os olhos , que olhos eram aqueles, numa mistura de azul e verde , pareciam puxa-la pra dentro de um redemoinho de sentimentos e sensações.
Percebeu que ele a observava , e corou e começou a rir baixinho. Joe abriu um sorriso espontâneo, que fez Sofie sentir uma onda de calor e ternura. Poderia ficar ali para sempre, seu coração batia , o vazio no peito sumira . Teve que quebrar o transe :
- Eu.. te conheço de algum lugar?!?
-Sou um aluno novo, faço aula d química , historia, filosofia e artes nos mesmos horários que os seus. Sua queda hoje foi feia ! Fui entregar seu óculos mas acabei quebrando. E depois você sumiu...
-Como sabe onde eu moro?
- Foi bem fácil conseguir seu histórico com a secretaria!!
"Ele quebrou o meu óculos!" pensou Sofie
- Secretarias!!
- Pois é ... ééé... não vai abrir o pacote??
- Ah ... sim , claro.
O pequeno papel branco, contia em si varias rosinha douradas . Puxou delicadamente a fita vermelha e tirou do embrulho uma caixinha marrom , abriu e...
- Ai meu Deus - exclamou- mas o que é isso?
- É um ray-ban, pelo que eu quebrei- e alargou mais o sorriso
- Mas ... mas o que você quebrou era falso , devia custar uns... você sabe quanto custa um ray-ban original?
- Sim , mas não me importo! - disse , num tom de satisfação
-Mas era falso!!
- Eu sei , sempre soube , por isso ele quebrou, e por isso te dei um novo!- os olhos quase a engoliam
- Aii... desculpe , devo estar parecendo uma idiota completa !!
Sentou-se no chão se apoiando na parede , na esperança que ele a achasse muito esquisita e fosse embora de fininho. Mas o que aconteceu foi totalmente o contrario. Ele sentou no seu lado. trocaram alguns olhares , até que estavam trocando caretas e se divertindo de um jeito bobo e sem palavras . Era como se sempre se conhecessem,como se fossem amigos de infância . Depois de algum tempo de brincadeira , nenhum dos dois parecia cansado daquilo. Apoiando a cabeça nos joelhos , Sofie ria como nunca , poderia , aquele momento durar para sempre. Ela não se importaria se durasse!
-

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Queda de energia , erro no sistema....

Saiu do carro em frente do colégio, ajeitando o capuz de modo que pudesse esconder os fiozinhos brancos do MP3 , colocou seu raiban , as mão nos bolsos , baixou a cabeça e segui em frente . Nos corredores risadinhas e piadinhas sobre ela , "que garota estranha "," o dia ta nublado e ela não tira os óculos "," o que será que ela esconde no capuz?". Mas Sofie não ligava para aquilo, estava estranhamente feliz , o buraco feito em seu peito ainda existia , ainda podia senti-lo, mas a felicidade amenizava a dor .
Dirigiu-se para a primeira aula , sentou-se na ultima carteira, como sempre , reencostou-se , aumentou o som da musica . Fingindo prestar atenção no que o professor dizia, viajava em seus pensamentos , lembrava- se do sonho , da noite do carro , no restaurante. O restaurante . O que seria que a estava observando? Seria real , ou só mais uma ilusão? Ela deparou-se , não sabia. Parecia tão simples , era só esquecer , mas ao mesmo tempo parecia muito complicado, não podia entender como algo que talvez nem tivesse acontecido , a incomodasse tanto. Perdida em sua mente , foi acordada por uma bolinha de papel , mais uma infantilidade de Jonas , não fez questão de levantar o olhar , mantendo-os fixos em seus joelhos .Até que ..
Sentiu uma queda de energia , as luzes piscaram por um momento , o som do seu MP4 falhara , e os fones davam pequenos choques em seu ouvido . Assustada , tirou os fones que davam choques cada vez mais fortes e dolorosos. Levantou a cabeça , mas aparentemente ninguém a não ser ela , tinha sentido a queda de energia . Viajou com os olhos pela sala , uma nuvem lilás sobrevoava a sala , num tom que soava a expectativa , duvida . A luz era intensa , fizeram seus olhos arderem, fechou-os com força , buscando os óculos encima da mesa , colocou-os e posse a olhar pra frente novamente, só que desta vez a luz era diferente , era forte , branca , muito forte , mesmo com os óculos , muito forte, forte demais .Sofie perdera o equilíbrio, e cairá da cadeira , ouviu-se as risadas altas , seus óculos estavam no chão em algum lugar, apalpava o chão de olhos fechados . Até que alguém entregou-os , mas na hora de pega-los as mãos de Sofie vagaram no ar. Imaginado que fosse alguma brincadeira , fechou a cara e retirou-se da sala , sem ao menos ver quem tinha pego os óculos!
- Crianças!- dizia em voz baixa , quando fora virar o corredor , a sensação voltou , mas desta vez era a sensação boa , a que lhe agradara , sentou-se no banco , e sentiu por um momento a ferida sumir , como se nunca existisse ...

Super nova!

- Finalmente tirou aquela casaco, não sei porque você usa aquilo!! - disse Tom , terminando com um sorrisinho!
- Se eu te contasse você teria que morrer! - soltando um riso debochado , balançando a cabeça de um lado pro outro como se tivesse dito uma bobagem.
- Você esta muito bonita esta noite ...
E ela estava mesmo , parecia sua mãe , sempre tão elegante, bem vestida. Queria ser como ela , mas puxara mais o lado do pai, tímida ,quieta e um tanto antissocial. Não sabia se gostava ou odiava isso , mas enfim , era o que ela era , não tinha como mudar.
Analisava as feridas na mão , estavam roxas , mas bem suaves , teria que tomar cuidado pra que Tomas não visse, tarde demais ...
- O que você fez na mão querida ?- perguntou Tom , levando as mãos as suas - parecem ser cortes no formato de unhas , das suas unha , o que você andou fazendo. - analisava as mão de Sofie , que rapidamente as recolheu.
Seria inútil mentir para um medico, principalmente pra um psiquiatra, contou sem muitos detalhes a historia , pulando a parte que gostara da dor, Ele acreditou, foram para o restaurante.
Enquanto Tom confirmava as reservas , ela observava o céu, tão escuro, tão frio. Se sentia confortável, amava o frio. Um floco de neve caia na ponta de seu nariz , fazendo-a ficar vesga para observar , quando sentiu que alguém a estava observando. Desfez a careta, e limpou nariz, olhou em volta , e não viu nada , olhou para o céu e pode viu algo se aproximando , não era humano nem nada que pudesse ter vida , podia ver o vento recochiteando nos galhos e descendo rapidamente para apanha-la . Como numa eterna camera lenta, olhou para os lados e viu seus cabelos sendo levados no compasso do vento , quase como num sonho, saiu do transe quando ouviu o irmão chamar:
- Sai deste vento Sofie , vai se resfriar , vamos entrar logo, vamos ?!!
- Vamos!!
. . . .

Dentro do restaurante , as cores faziam um show de exibicionismo , que só Sofie podia ver . Tons de dourado e prata dançavam pelo salão, e se misturavam num tom vermelho , com certeza era uma imagem linda. Garçons andavam de um lado para o outro , freneticamente.
Belisca o raviole quando um garçom veio em sua direcção:
- O rapaz da mesa 5 pediu pra entregar-lhe isto!
Apanhou o pequeno guardanapo, desdobrou-o e leu

"Esta muito linda esta noite Ass mesa 5."

Que conveniente , Ass mesa 5, mas que , que ... brega , mas era fofinho, apesar de muito estranho , procurou pela mesa 5 , quando a encontrou , estava vazia , uma brincadeira do garçom , quem sabe. Tom fingiu não ter visto nada, graças a Deus, que constrangedor, corou e baixou a cabeça . Brincando como garfo, a sensação ruim voltou , a dor retornara, amenizada, era a dor ruim, a que não lhe agradara , mas que droga seria aquela.
Foram embora e aquela sensação não passava.
. . . .

Já na cama , caiu num sono e não sonhara com o incêndio, teve enfim um sonho bom, esta era nova. Sonhara comum castelo muito antigo, que estava brincando de pega pega, e estava fingindo, entre gargalhada e gritos de animação, tropeçara no vestido e cambaleava, deixando ser pega , ela e mais alguém rolaram pelo corredor terminando nu beijo romântico, seja lá quem fosse estava de mascara, a sensação mudará , aventura , sentia se travessa , moleca como nunca , seu príncipe iria tirar a mascara e trim trim trim....
Mas que despertador chato, acordara feliz como nuca , queria pela primeira vez ir para a escola, colocou um casaco com capuz lilás em Jean's , All star*, e saiu do quarto saltitando. O dia seria bom , quem sabe....

domingo, 9 de maio de 2010

Realidade , confusão , fantastico

Tom sempre a levava a restaurantes e a convenções , era o único jeito que Sofre saia expontaneamente de casa , e era só assim que conhecia pessoas .
Entrando no carro, ao fechar a porta , Sofie sentiu um cala frio, que tomou conta de sua espinha , Cerrou os dentes e os fez ranger , intencificando o arrepio, Suas mãos fecharam em forma de punho, suas unhas lutavam para perfurar a carne .Só consegui soltar o punho quando sentiu o sangue escorrendo pelo pulso. Abriu os olhos e viu-se em frente de casa , com as mangas enssanguentadas de sangue e quatro marcas roxas na palma da mão
Apesar da loucura que era a sua vida , Sofie nuca tinha feito isso., não tinha nojo nem medo de sangue , mas não era masoquista . Mas aquela sensação ...
Ela não entendia o que tinha sentido, apesar dos ferimentos e da dor , ela tinha gostado do que sentira, era algo novo, algo que gostaria de sentir de novo. Porem ao mesmo tempo era ruim , de forma conjunta. Era uma grande confusão, mas era confortável, Reencostou-se no banco e respirou fundo, tinha que entrar em casa antes que Tom chegasse , se ela a visse nesse estado ...

. . . . .

Abriu o guarda-roupa e pegou seu vestido preto de seda, na altura do joelho, meias calças pretas e sapatilhas com um saltinho pequeno , prendeu o cabelo apenas de um lado com uma fivela de flor vermelha com alguns pontos de brilho , fez uma maquinagem leve com um batom rosinha na boca . Se olhou no espelho e pode ver uma mulher, sua pele branca , e bochechas rosadas , seus olhos verdes claros , e seu cabelo loiro escuro, lábios perfeitamente traçados e cilhos longos . Ela parecia muito com sua mãe , pensando assim deu-se a liberdade de ser normal por uma momento , ela talvez pudesse ser feliz , mas não conseguiu.
Lhe faltava algo , estava incompleta, estava infeliz. Tentou esboçar um sorriso, mas nada, alisou a saia do vestido e desceu as escadas .
Na parte de baixo da casa , Tomas a esperava, sempre bem arrumado e educado , o homem perfeito , não entendia como podia estar solteiro , tinha 40 anos mas aparentava 30, e bem conservados , cabelos pretos e com alguns fios brancos acima das orelha , lhe davam um ar de maturidade , um terno preto e gravata bordo. Sim , Sofie tinha muita sorte de ter tudo aquilo, conseguiu colocar um sorriso vago na cara e foram para o restaurante.
Dentro do carro , podia ver os flocos de neve caírem no para brisa, o inverno começara , e seria um longo inverno.

Enfim...

Sofie já tinha 17 anos , estudava numa escola muito bem conceituada . Todas as noites sonhava com o dia do incêndio , quase todas as noites acordava chorando no chão do quarto. Não tinha mais lágrimas reais para chorar , elas corriam frias e sem sentimento pelo seu rosto, como se não fizessem sentido. Uma nó se formava em sua garganta, as lágrimas já tentavam sair , até que:
- Sofie - uma voz chamava - Srtº Goust ? - que voz era aquela perturbando-a? - Srtº Sofie , acorde imediatamente !!!
- Mas o que? - ela estava na sala de aula -Você não vê que eu estou dormindo ??
- Srtº Goust - disse o profº Dusley , certamente irritado - Poderia me dizer um grande fato que marcou Seattle?? - ele a fuzilava com os olhos .
- Hum.. O nascimento do grunge - disse enrolada em um bocejo
- Esta de brincadeira comigo mocinha? Fora da minha sala imediatamente, só volte quando for capaz de me responder, blá blá blá...
Pegou suas coisas, passou pela porta em silencio, quando teve certeza que todos os 40 alunos da classe haviam voltado sua atenção novamente ao professor , imaginou estar em sua casa com o seu carro . Foi abrir os olhos e estava feito , estava dentro do carro na garagem de sua casa . Enfim , os poderes lhes eram úteis , lhe rendiam muita dor de cabeça, nada que um pouco de musica não resolvesse .
Quando se deu conta estava dentro de seu quarto , tirou os ténis All Star* e deitou-se na cama. Observava o teto , podia ver o velho planetário de figurinhas que colara quando criança . Restavam a eles um restinho de brilho , num dos cantos da parede estavam seus poster's junto a escrivaninha , que sempre ficava cheia de papeis amassados e lápis espalhados .
Alisando o lençol de cetim não queria dormir , mas já era tarde seus olhos já estavam cerrados , era só esperar as lágrimas .

. . . . .

Já era tarde , numa sexta feira modorrenta, ainda estava na escola ,com seu dois amigos , e únicos . Emily , uma garota que amava a natureza e roupas coloridas , e Jack, um surfistinha que se quisesse podia ser muito popular , mas preferia andar com os estranhos da escola .
Emily , ou Amy como a chamavam , não largava do telefone o dia todo, afinal o baile d inverno foi ideia dela . Agora ela estava ali , num ginásio sombrio, as 7 h da noite, negociando os últimos detalhes da decoração. Sofie e Jack conversavam:
- Ela não larga desse telefone nunca , Jack!!
- Você ainda não viu nada - disse Jack numa risada - E ai já arranjou um par pro baile ??
- O que ? Ta de brincadeira nê ?? Essa coisa de par é tão antiquada. Não estamos em nenhum filme adolescente Jack !!
- Sei , mas se alguém te convidasse...
- Como se eu tivesse chance
- Existe louco para tudo
- O brigada pela parte que me toca- dando-lhe um soquinho no braço - E você vai convidar alguém ?
- Eu estava pensando e chamar a Amy , mas .. sei lá!!
- Convida , acho que ela aceita !!- deu uma olhada no relógio - Hum... Já são 7:30 tenho que ir , Tom vai me levar num restaurante ai , um tal de Noveu!
- Você tem sorte de ter achado um irmão desses- disse Jack - ele pelo menos tenta te tirar de dentro de casa - parou por um instante - Oh, desculpe pelo comentário..
- Não , você tem razão. Tchau!
- Tchau

sábado, 8 de maio de 2010

Francamente

Era uma segunda feira , já tinha completado 7 anos . Num orfanato no norte de Seattle, acordara aos prantos como sempre. Havia um ar pesado dentro do quarto, podia ver cores saído de suas colegas de quarto.Tinham formas e produziam sons diferentes.
Nas pontas dos pés , saiu do quarto, vendo-se fora do quarto , começou a correr, em direcção ao quarto central.Ao abrir a porta , foi cegada pelas luzes e cores , cores vivas , que vinham como flash's em sua direcção . Tonta , Sofie tentou apoiar-se nas camas. Porem já era tarde, já não sentia suas pernas , lembrava-se apenas de bater com muita força no chão e de ficar na escuridão .Pela segunda vez tudo que podia ver era nada , e contar seu coração.
Mas desta vez o som era frenético, regular , acelerado, ardia.
Quando acordou , estava na enfermaria . Desgovernada , arrancou as agulhas do pulso , tirou a atadura da cabeça e e saiu daquele lugar . Cheirava hospital , lavanda e álcool, Sofie adorava esse cheiro , gostava da enfermaria, mas quando ela era a paciente o lugar não parecia tão bom assim .
Saindo pela porta viu-se na sala de estar , enrugando a testa tentou imaginar como ela tinha ido parar ali , a enfermaria ficava no outro lado do prédio. Fechou os olhos e pensou em estar no seu quarto e quando os abriu estava de pé na porta do quarto,virou-se para o corredor e imaginou estar na sal de jantar , onde ocorria a visita dos futuros pais , quando viu surgiu no colo da directora.
Todos a encararam , e ela só conseguiu dizer , por extinto:
- Vocês não viram nada , certo?!
- Sim nós não vimos nada - disseram todos em coro, e voltaram a agir como se nada tivesse acontecido.
Estranhamente Sofie não se assustou com aquilo , parecia que já sabia o que fazer a muito tempo. Sabia claramente o que tinha acontecido , de certa forma uma hipnose , sim ela podia fazer isso . Saltitando foi até a porta do salão pronta para sair dali , até que
- Hey , garotinha , como é seu nome ??- disse um rapaz
Sofie se virou lentamente
- Sofie senhor
- Para que tanta formalidade, quantos anos tem ?
- Sete , senhor
- Gostaria de ganhar um irmão mais velho ??
- Gostaria sim.
- Parabéns hoje é seu dia de sorte !!
Os olhos de Sofie se encheram de lágrimas , mas eram lágrimas de alegria, pela primeira vez em anos sentia-se feliz.
O nome dele era Tomas , tinha 30 anos e era viúvo. Um psiquiatra de respeito , alto e muito atraente . A primeira coisa que disse para Sofie foi que não precisava chama-lo de pai , ele não poderia substituir o seu pai ,mas sim que ela o considerasse um irmão mais velho, isso ele poderia ser . Sofie adorou.
Assinado os papeis foram embora , na porta de saída do hospital haviam duas luzes azuis , ela sabia quem eram , eram seus pais , e eles estavam felizes , sorrindo , satisfeitos, e desapareceram. Sofie sabia a partir dali que não os veria mais , ele já tinham partido , cumprido a sua missão, mas para ela seriam sempre seus pais , independente onde estivessem .Para Sofie já bastava .

Do inferno ao céu, do céu ao mundo real

Se algum dia Sofie conheceu o céu, o dia foi aquele.Não era bem o que ela imaginava , não tinha nuvens, ouro e nem anjos. Na verdade era melhor, pra ela ,parecia uma praia.
O cheiro de agua salgada , a brisa morna, o sol , a areia. Podia sentir os raios de sol acariciando o seu rosto.
Por curiosidade , levou as mãos ao peito , nada, nenhum som, nenhum movimento.Não tinha mais dor.Ela estava feliz , sentia-se no seu lugar , feliz e confortável.
Longe podia ver seus pais conversando. Pensou em ir até lá , de inicio correu mas aos poucos andava , queria aproveitar esse momento. Tão pequena , só tinha 4 anos e já sabia ser egoísta , queria aquele momento pra ela , só para ela.
Tirou os sapatos, e pode sentir a areia , era quase real, podia contar grão por grão se quisesse. Deitou-se no chão e alisou o seu vestido vermelho de cetim. Olhou para o céu , estava limpo , só como via em sonhos , azul piscina , com pequenos e desenhados flocos de algodão alaranjados pelo por do sol. A pequena vida tinha valido a pena afinal, só por estar ali naquele lugar irreal , surreal. Foi quando aconteceu.
O céu começou a desabar em chuva , Sofie não sabia como tinha acontecido , tentou correr para os pais , mas eles haviam sumido. Sua visão começou a ficar embaçada, a praia sumira , e o frio tomou conta de seu corpinho.
Começou a ouvir vozes , mais claramente gritos .Frio estava muito frio.A dor . Foi como se um raio tivesse lhe atravessado pelo peito, Seu pulmão buscava ar e a fez puxar o ar pela boca rápido demais , fazendo-a engasgar. Seu coração ardia , tentava sair do peito, o ar frio parecia queimar sua garganta e ferver os batimentos agressivos. Subitamente abriu os olhos e viu duas placas de ferro desencostando de seu peito. Sua cabeça girava , ela estava viva , mas repetia para si mesma em voz alta:
-Eu morri , tenho certeza , eu morri!!!

O inicio do fim

Já era tarde da noite , agarrava os joelhos , agachada num canto do seu quarto. Seus gritos rasgavam a sua garganta , suas lágrimas inundavam seus olhos e face , o fogo podia queimar sua retina. Já não podia mais ouvir os gritos de seus pais no quarto ao lado, só via o fogo , no seu balé imperfeito, dançando pelo quarto. Ouvia estalos da madeira do assoalho , queimando.
O fogo estava cada vez mais perto , podia sentir as solas dos pés queimando, e sua voz teimava em falhar , e seus gritos estavam cada vez mais fracos ,com os olhos fexados sentia a fumaça invadir seus olhos, fazendo-os arder.
Com a cabeça já entre os joelhos, lambia os lábios na tentativa frustrada de humedece-los , tremia de frio, apesar do fogo . Pensava em seus pais, onde estariam agora ? Mortos , ela já havia se conformado , já deviam ter virado cinzas, ou sabe-se lá o que .
De repente , sentiu algo bloqueando o fogo , com os olhos entreabertos, pode ver a figura embaçada de uma mulher :
- Venha querida , vamos sair daqui!!- gritava
- Quem é você - tentou dizer Sofie entre os lábios
- Me chame de Any querida , agora vamos - gritava , pegando-a no colo saindo correndo
Tudo aquilo parecia o inferno , andavam em nuvens de fogo. Sofie levava as mãozinha ao nariz tentando amenizar o cheiro de ossos queimados do corredor.
Quando deu por si, já não estavam no chão, o teto estava longe . O frio na barriga tomara conta de seu corpo. Podias ver as escadas do velho prédio ruindo encima dela , sentiu um grande peso encima de seu corpinho , abriu os olhos e deparou-se com um corpo semi-morto, abraçando-a, numa tentativa de protege-la. Já não havia mais esperança.
Quase desmaiada , levou as mãos ao coração, que se rebatia dentro do peito , lutando para bater mais uma vez , começou a contar 1,2,3 o que aconteceria agora 6,7,8 era o fim?11,12,12,12.. ,sim era o fim , degustou seu ultimo suspiro e pos-se a dormir.

Prologo

Já não me recordo a época do ocorrido e nem o tempo que durou. Por outro lado, lembro-me perfeitamente da historia. Como poderia esquecer...
Você agora, ira ter a seguinte opção , de sair pela porta , fechar a folha e talvez não perder o seu maldito tempo , e esquecer do que leu. Mas se você chegou até aqui quer dizer que vai ficar até o final , sente-se e ouça com atenção , vou lhe contar uma historia , vou lhe contar um segredo.
Quem sou eu ? Não sou a morte e nem nada assim, melhor dizendo, conheci a morte e a vejo todos os dias , mas não sou ela , pode me chamar de Any, conheço Sofie desde do dia do acidente, sou hoje o espírito guardião dela . Quem é ela? Sofie Goust , você vai conhece-la.